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Oncologia de Cascais: BE acusa governo de ceder a interesses privados

Manifestação da CGTP. Foto de Paulete MatosDe acordo com a edição do Diário de Notícias de ontem, o Governo prepara-se para encerrar a unidade de oncologia do hospital de Cascais, que recebe cerca de 400 novos casos por ano. Num requerimento dirigido ao Ministro da Saúde, João Semedo sublinha que esta decisão favorece o Grupo Privado que no final do ano vai assumir a gestão do Hospital de Cascais e que ficará também com o novo Hospital ainda a ser construído. O deputado do Bloco de Esquerda questiona: "Que orientações e medidas vai o governo tomar para assegurar a assistência aos doentes oncológicos prestada, hoje e no futuro, pelo Hospital de Cascais?"

Leia o requerimento enviado por João Semedo
 

O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), António Branco, disse ao DN que a unidade de oncologia do Hospital de Cascais vai ser encerrada, adiantando que o mesmo poderá suceder com os Hospitais de Loures e Vila Franca de Xira.

Helena Oliveira, coordenadora da consulta de decisão terapêutica do hospital, afirma que dão entrada no Hospital "350 a 400 casos novos por ano" e que por isso esta decisão "gera preocupação quanto à assistência das pessoas".

Num requerimento dirigido ao Ministro da Saúde, João Semedo denuncia o favorecimento do governo a interesses privados: "Desta decisão resulta que o futuro Hospital de Cascais, a construir, gerir e explorar em regime de PPP, não terá valência de oncologia, o que só pode explicar-se por tal valência, devido aos seus elevados custos, não ser do interesse do grupo privado que, no final do presente ano, assumirá a gestão do actual Hospital de Cascais."

O deputado do BE considera que se trata de uma decisão "grave e inaceitável", até porque "foi assumida sem consulta nem discussão prévia com a Comissão de Coordenação Oncológica" e sem acutelar devidamente "a assistência aos doentes que procuram este hospital".

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