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O tempo esgota-se para Aminetu Haidar

Aminetu Haidar cumpre hoje 16 dias de greve de fomeApós dezasseis dias de greve de fome, a activista sarauí continua a receber mensagens solidárias. E pela primeira vez, Madrid admite envolver Marrocos na solução.

 

O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros disse que está em contacto com o governo marroquino para que conceda um passaporte a Aminetu Haidar, "seja o anterior ou um novo". Moratinos falou aos jornalistas à margem da cimeira iberoamericana no Estoril.

A novidade vem ao encontro da posição dos movimentos de solidariedade com o Saara Ocidetal, que sempre defenderam o envolvimento de Marrocos na solução do problema que criou quando expulsou Aminetu para as Canárias e lhe retirou o passaporte em pleno aeroporto de El Aiún, a sua terra natal.

Até agora, o governo espanhol apenas tinha feito propostas consideradas inaceitáveis pela activista, como seja a oferta de dupla nacionalidade com um passaporte espanhol ou o estatuto de refugiada política. "Não quer ser estrangeira na minha própria casa", respondeu Aminetu, por entre críticas à diplomacia espanhola. Na contra resposta, o ministro Moratinos acusou os activistas que dão apoio a Aminetu no aeroporto de a estarem a impedir de concretizar "o seu principal objectivo: apanhar um avião para El Aiún".

O coordenador da Frente Polisario tinha acusado Madrid de estar a servir de "pára-choques" de Marrocos nesta questão. "Não entendemos porque não se implica Marrocos na solução", afirmou Jadad Mohamed, citado no El País.

Os apoios a esta defensora dos direitos humanos não páram de chegar e o meio artístico espanhol organizou um concerto de solidariedade em que participara figuras de proa da cultura como Pedro Almodovar, Luis Pastor, Pedro Guerra, Pilar Bardem e Fernando Tejero, entre muitos outros. Também o Nobel da Paz Ramos Horta apelou "às autoridades marroquinas e espanholas a facilitar o mais urgente possível o regresso de Aminetu Haidar para junto da sua família e à sua pátria, o Sahara Ocidental”.

O presidente de Timor Leste defendeu que os sarauis “possam exercer o seu direito à liberdade de expressão, de movimentação e de reunião, consagrados pelo direito internacional e a permitir o livre acesso e circulação no território aos observadores internacionais e órgãos de comunicação social”.

Entretanto, um tribunal canário condenou a activista a 180 euros de multa por perturbar a ordem pública. A queixa partiu do director do aeroporto quando na noite da chegada de Aminetu, quando deu início à greve de fome, a activista recusou-se a deixar as instalações do aeroporto, cujo terminal encerra durante a noite.

 

 


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