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O mosaico activista

Vieram de todo o mundo para dizer o que pensam aos líderes políticos. Foto america.gov/FlickrNunca se tinha visto uma mobilização assim pela justiça climática. O esquerda.net quis saber o que move estes activistas. Reportagem de Nelson Peralta, em Copenhaga.

 

Cem mil pessoas de todo o planeta manifestaram-se este sábado em Copenhaga exigindo medidas efectivas de combate às alterações climáticas e justiça ambiental e social? Como caracterizar um mosaico cultural tão diverso? O que preocupa e move todos estes activistas? Vamos conhecer algumas das cores que compõe este mosaico.

Jenna, 22 anos, voluntária na ONG Women’s Health, já estava em viagem pela Europa e viu a sua presença em Copenhaga como a oportunidade de uma vida. O principal problema diagnosticado por Jenna são os lobistas ricos, particularmente do seu país - os Estados Unidos -, “que tem uma grande capacidade para influenciar o poder.” Para Jenna, não há razões para entusiasmos com as politicas que tem vindo a ser seguidas, “todos temos que pensar nas gerações futuras porque agora não nos podemos dar ao luxo de pensar politica com os negócios”. “A nossa sobrevivência está em risco”, acrescenta. As soluções que aponta vão ao encontro de cooperação global, redes de segurança de sustentabilidade os pobre e responsabilização para os ricos.

Mark, ecologista de 52 anos, veio juntamente com um amigo de Inglaterra... de bicicleta. Foram quatro dias a pedalar até Copenhaga, um meio de transporte que considera simbólico para um momento importante. Para Mark, “o essencial é ter um bom acordo na Cimeira”. “O meu papel aqui é observar e verificar a Cimeira”, diz Mark que actualiza as novidades da viagem numa página na internet. Mark acrescenta ainda que “a natureza é uma vítima, mas também a solução para resolver o problema o aquecimento global: manter os ecossistemas saudáveis é a solução”.

Deboleena de 29 anos, estudante na área social, está presente “para saber mais sobre segurança alimentar e justiça climática”. Deboleena veio da Índia, da área do maior mangal do planeta, Sundarban, uma área especialmente vulnerável às alterações globais, acrescenta. Deboleena denuncia “os diversos países não concordam em reduzir emissões, esse é o maior entrava no combate às alterações climáticas”. “A violência não é o caminho e que todos temos o poder de fazer um mundo melhor”, remata.

Maira, 24 anos, geógrafa veio da imensa metrópole do Rio de Janeiro, Brasil, já a 27 de Novembro sendo que desde então participou em várias iniciativas preparatórias de onde destaca a marcha pelas embaixadas. A activista dos Jovens da Greenpeace, se pudesse deixar uma mensagem aos responsáveis reunidos na Cimeira oficial, gostaria de lhes dizer que “os jovens querem um acordo justo, ambicioso e legalmente vinculativo”. Maira espera também que o Brasil assuma “as suas responsabilidades na redução de emissões de estufa e, principalmente, deve agir em relação ao desmatamento da Amazónia”.

Cristina de 27 anos está online no KlimaForum a actualizar o jornal de cidadãos. Veio da Bulgária para “reportar tudo o que se passa nas ruas” para o jornal e também porque quer fazer parte da mudança. Para a cidadã jornalista, as pessoas não estão a prestar atenção ao problema: “trabalham, vivem a sua vida e deixam aos políticos as suas decisões”. Cristina está também aqui para mostrar que quer lidar com as alterações climáticas. Para si, “as alterações climáticas não são um negócio, não é um acordo de comércio, o ambiente não é das cooperações para as quais pagamos impostos”. Cristina advoga que a solução passa pelo maior envolvimento dos cidadãos, “todos se deveriam preocupar com a situação e não esperar que sejam os outros a arranjarem a solução”.

Alec, 25 anos dos Estados Unidos e artista de profissão, está com o colectivo Yes Man e em plena manifestação veste uma “bola de sobrevivência”. O passo trôpego denuncia a impraticabilidade do fato, mas veste a personagem e garante que com o clima instável, aquela indumentária “é tudo o que vamos precisar para nos proteger das consequências”.

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