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O Governo está a privatizar o litoral
No comício de ontem à noite em Sesimbra, Fernando Rosas afirmou que os PINs (Projectos de Interesse Nacional) são um instrumento da ofensiva imobiliária, promovido pelo governo para privatizar o litoral e limitar o seu acesso a quem puder pagar. "Para que servem então as reservas ecológicas e as zonas protegidas?" questionou o deputado do Bloco de Esquerda. Já Francisco Louçã e Mariana Aiveca denunciaram o aumento do desemprego, considerando que a anunciada flexi-segurança significa "despedir livremente" e que hoje já há "flexiblidade a mais e segurança a menos".
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Fernando Rosas alertou: "Se conseguimos durante os últimos 20 anos preservar o litoral, hoje isso pode estar a acabar". O deputado do BE acusou a construção e a pressão imobiliária de surgirem em força, dinamizadas pelo triângulo formado pelo poder local, governo e grupos económicos. Deu o exemplo dos empreendimentos previstos para a mata de Sesimbra que duplicarão a população desta vila e provocarão a destruição da qualidade de vida e do ambiente. Acusou a CDU, o PS, o Bes, os Melo e a Sonae de estarem no centro desta investida.
Fernando Rosas denunciou também a "destruição e privatização da península de Tróia", acusando o Governo de promover a privatização de todo o litoral. E defendeu que o PDM (Plano Director Municipal) e o POT (Plano para o Ordenamento do Território) sejam discutidos com as populações, à semelhança dos orçamentos participativos.
Mariana Aiveca fez a intervenção de abertura do comício. Pediu contas a Socrates, que prometeu 150 mil postos de trabalho, mas o que conseguiu foi aumentar o desemprego para o nível mais alto dos últimos 20 anos. Referiu ainda que pelo 4ª ano consecutivo, 5 mil trabalhadores da educação não sabem se têm trabalho e acusou o governo de promover o endividamento dos estudantes.
Francisco Louçã fez a ultima intervenção da noite. Começou por criticar os responsáveis políticos que fazem política de costas voltadas para os cidadãos. Acusou Durão Barroso, que sobre o caso de financiamento da Somague ao PSD "diz nada saber, porque o presidente não tem nada a ver com isso, é com o Secretário Geral que delegou no secretário adjunto que neste momento está doente". Francisco Louçã chamou-lhe politica manhosa: "Isto é não responder, é não prestar contas".
Criticou Cavaco pelos motivos que o levaram a vetar a lei orgânica da GNR, porque a direita "acha aborrecido que seja um general a dirigir a GNR". E justificou a oposição do Bloco a esta Lei: "defendemos a separação da polícia dos militares, funções diferentes devem ser tratadas de formas diferentes".
Louçã falou também do desemprego: "Daqui a 1 mês o governo vai dizer que tem a solução para o desemprego, chama-se flexigurança. Mas flexigurança quer dizer despedir livremente. E já há flexibilidade a mais e segurança a menos". O coordenador do BE dirigiu ainda duras críticas ao autoritarismo do patrão da Associação Comercial Portuguesa, que desejava a possibilidade de despedimentos por motivos políticos, "bastando para isso que um dos seus funcionários não votasse no seu partido".
Francisco Louçã concluiu com a denúncia dos projectos do Governo para a privatização da Saúde: "Hoje mesmo Sócrates decidiu um concurso de 13 milhões para consultores privados estudarem quais são as empresas que vão gerir os hospitais."
O coordenador do BE afirmou que a igualdade, o respeito e a responsabilidade, são o compromisso do Bloco no combate pela democracia.
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