You are here

O caso Portucale e as pressões do Grupo Espírito Santo

Empreendimento PortucaleO JN noticiou que membros do actual governo, sem dizer quais, sofreram pressões do Grupo Espírito Santo em relação ao caso Portucale. O Ministro da Agricultura nega ter recebido pressões e afirma: "Se houve pressões sobre algumas pessoas, elas não surtiram qualquer efeito e o despacho que assinei com os restantes ministros está aí para o provar". Um administrador do Grupo Espírito Santos (GES) afirma ao JN: "pressões sobre as várias entidades são legítimas. Pressões ilegítimas pura e simplesmente não fizemos".
O empreendimento Portucale continua em construção, mil sobreiros foram abatidos e o GES continua com outros projectos fortemente contestados, nomeadamente por ambientalistas, na Herdade da Comporta e na Mata de Sesimbra.

Segundo o JN, na investigação sobre o caso Portucale, a PJ terá escutado pressões, e referências a pressões, de administradores do GES e do ex-director financeiro do CDS-PP Abel Pinheiro sobre três membros do actual governo e um alto dirigente do PS, que não faz parte do governo. Os esclarecimentos do alto dirigente do PS são de molde a sossegar Abel Pinheiro, preocupado com assuntos pendentes do GES.

O ministro da Agricultura, Jaime Silva, declarou hoje à comunicação social: "Gostaria de lembrar que foi este Governo que, logo a seguir à tomada de posse, mais concretamente no dia 23 de Março, tomou a decisão de proibir mais qualquer abate de sobreiro".

Segundo o ministro, posteriormente, a 28 de Março, avançou com um outro despacho conjunto, subscrito pelos ministros da Agricultura, da Economia e do Ambiente, para anular a decisão de utilidade pública.

"O Governo anterior decidiu antedatar o despacho de utilidade pública para antes das eleições", lembrou Jaime Silva, que referiu: "Basta olhar para os dossiers deixados no meu gabinete para ver em que data foram recolhidas as assinaturas [dos três ministros do anterior Governo] e ver que foi antecipado o despachado a 16 de Fevereiro quando as assinaturas são posteriores ao dia 21 de Fevereiro e posteriores às eleições". Questionado sobre a alegada existência de pressões sobre outros membros do Governo por parte do GES, Jaime Silva afirmou ter "muitas dúvidas" de que tenham existido, já que foram os três ministros do Executivo (Ambiente, Economia e Agricultura) que tomaram a decisão "inequívoca" de anular a do Executivo anterior.

A decisão do governo não foi a tempo de anular o abate de mil sobreiros e o empreendimento está em construção. O empreendimento fica situado no concelho de Benavente, cuja Câmara Municipal é presidida por António José Ganhão, eleito pela CDU.

Notícia anterior sobre o caso Portucale:

Caso Portucale: CDS na mira da PJ

Termos relacionados Política