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"A NATO não faz sentido", diz Mário Soares

Mário Soares considera a NATO uma ameaça à pazEm artigo de opinião publicado na revista Visão, o histórico dirigente do Partido Socialista opõe-se à guerra do Iraque e do Afeganistão e afirma que a NATO se tornou num verdadeiro braço armado dos EUA, "uma organização que hoje não faz sentido". O ex-presidente da República critica também a ONU pelo seu silêncio na crise da Geórgia e por ter entregado perigosamente o protagonismo à NATO.

"NATO: da defesa à ameaça" é o título do artigo de Mário Soares publicado na revista Visão desta quinta-feira. A tese é a de que "a NATO, criada como organização defensiva, está a tornar-se, por pressão dos neo-conservadores americanos, uma ameaça à paz".

Isto depois de fazer um retrato muito negativo das intervenções militares no Afeganistão e no Iraque. Em relação ao primeiro caso, Soares sublinha que "a situação militar, expulsos os talibans, não é melhor: os talibans comandam uma guerrilha terrível, a Al Qaeda - e Bin Laden - não só sobreviveu como está mais forte, algures no seu santuário". Sobre o Iraque, afirma que "estão hoje quase só militares americanos e mercenários, numa situação que lembra o Vietname", e que "deixou de ser um Estado laico e tampão relativamente ao Irão".

Mário Soares prossegue no seu rol de críticas à NATO, censurando as bases de mísseis instaladas na Polónia e República Checa, bem como o papel desta organização militar no apoio declarado à Geórgia e de ameaça à Rússia, o que pode constituir um perigo para a segurança mundial. Soares critica também o actual secretário geral da ONU (Ban Ki-moon), "mais burocrata do que político", e cujo silêncio deixa espaço aberto à estratégia agressiva da NATO.

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