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"Não compete ao PR indicar localização das políticas públicas"

Pureza assinalou a preocupação do presidente com os salários e prémios José Manuel Pureza reagiu com estranheza ao discurso do presidente da República, que propôs a criação duma região criativa no Porto. Manuel Alegre gostou de ver Cavaco "rectificar a omissão de outros tempos" sobre Salgueiro Maia.

No seu discurso na sessão solene do 25 de Abril, Cavaco Silva defendeu a constituição de uma região de indústrias criativas em redor do Porto. "Manifestamos a nossa estranheza pelas referências, aliás, insistentes, àquilo que seria do ponto de vista do Presidente da República a localização de políticas públicas em Portugal", declarou o líder parlamentar bloquista aos jornalistas, no final da sessão solene comemorativa do 36.º aniversário do 25 de Abril, na Assembleia da República.

"Não pomos em causa o que quer que seja do ponto de vista de escolhas. Creio que não cumpre, não compete ao Presidente da República dar indicações sobre a localização de algumas políticas públicas. No caso, tratava-se das indústrias criativas, podia tratar-se de outra qualquer política pública", acrescentou.

"O país é um todo. É preciso lutarmos pelo equilíbrio territorial. E, sem pôr em causa o que quer que seja de uma escolha, creio que não é o Presidente da República que deve dar indicações a esse respeito", reforçou.

José Manuel Pureza saudou a "tomada de posição por parte do Presidente da República" em relação ao fosso entre "a situação da vida comum da generalidade das pessoas" e os "valores absolutamente obscenos, de salários, prémios, bónus, de administradores de empresas". "Num momento como este, em que esse fosso é, repito, obsceno, a palavra do Presidente da República é uma palavra importante", disse.

Já o candidato à presidência da República Manuel Alegre assinalou a referência a Salgueiro Maia no discurso de Cavaco. "Gostei da primeira parte do discurso do Presidente, em que se referiu ao grande capitão Salgueiro Maia - aliás, rectificou a omissão de outros tempos", acrescentou.

Manuel Alegre disse ainda que todos os portugueses se devem orgulhar da Constituição. "É uma grande Constituição. Uma Constituição democrática, que garante os direitos, liberdades e garantias, associa os direitos sociais aos direitos políticos, como direitos fundamentais. Devíamos orgulhar-nos todos da nossa Constituição".

 

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