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Ministro da Defesa obrigado a explicar-se no parlamento

severiano_teixeiraO Ministro da Defesa vai ser ouvido no parlamento para explicar por que motivo pretende impedir os militares de recorrerem aos tribunais civis para contestar decisões disciplinares da cadeia de comando. A decisão resulta da aprovação do requerimento do Bloco de Esquerda. Fernando Rosas exige que a reunião com o Ministro seja à porta aberta, considerando que «está em causa uma grave limitação aos direitos, liberdades e garantias e nenhum segredo de Estado»

Depois de recentemente os tribunais administrativos de Sintra e Almada terem obrigado a Força Aérea e a Marinha a libertar dois sargentos e um oficial (que tinham sido detidos na sequência da participação numa manifestação), o Ministro da Defesa, Severiano Teixeira afirmou que o Governo está a equacionar alterar o Regulamento de Disciplina Militar para evitar que os tribunais civis interfiram na justiça militar. "Enquanto ministro da Defesa, o que devo dizer é que sem hierarquia e sem disciplina não há Forças Armadas e sem Forças Armadas não há estado de direito democrático", afirmou o Ministro na semana passada.

Estas declarações de Severiano Teixeira levaram o Bloco de Esquerda a exigir a sua presença no parlamento, algo conseguido ontem com a aprovação do requerimento apresentado pelo deputado Fernando Rosas. "Impedir os militares, como cidadãos, de recorrerem de uma decisão altamente controversa da sua cadeia de comando militar - que não encontra fundamentação em nenhum regime disciplinar em vigor - é a negação absoluta da democracia nas Forças Armadas e uma grave limitação dos direitos, liberdades e garantias que assistem aos militares e às suas associações sócio profissionais", considerou o deputado.

Fernando Rosas defendeu que "em tempo de paz, a justiça militar deve ser uma absoluta excepção" e lembrou que a Assembleia da República teve esse entendimento quando "há menos de três anos decidiu extinguir os tribunais militares".

 

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