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Mercenários da Blackwater acusados pelo massacre da Praça Nissour

Justiça norte-americana acusa mercenários da Blackwater por crimes cometidos no IraqueCinco dos seis mercenários envolvidos no tiroteio do ano passado que matou 17 civis iraquianos em Bagdade são agora acusados pela justiça norte-americana. O massacre da Praça Nissour agravou a tensão entre o governo iraquiano e a administração Bush, com o primeiro-ministro a exigir a saída da Blackwater do país e a pôr um ponto final à imunidade dos mercenários a partir de Janeiro de 2009.

 

O jornal New York Times diz que o sexto mercenário sob investigação está a negociar um acordo com a justiça, enquanto os outros cinco serão acusados por terem provocado um banho de sangue que a acusação diz ter sido injustificado. Os mercenários terão alegado que foram vítimas de uma emboscada e tiveram de sair a tiro daquela situação. Mas todas as testemunhas dizem o contrário e a investigação da polícia iraquiana classifica o acontecimento como um homicídio voluntário. Os investigadores mais próximos da versão da Blackwater são os do FBI, que mesmo assim dizem não encontrar justificação para 14 das 17 mortes provocadas, concluindo que os mercenários violaram as leis americanas no que respeita à utilização de força letal.

O massacre da Praça Nassour foi um ponto de viragem na relação entre o governo iraquiano e o do país ocupante, apesar dos crimes cometidos por mercenários de empresas de segurança que protegem interesses norte-americanos no Iraque não serem novidade. Mas desta vez, o primeiro-ministro Al-Maliki exigiu a saída da Blackwater do país e o parlamento aprovou uma lei que revoga o protocolo em vigor com os EUA, acabando com a imunidade das empresas de segurança no acordo que entra em vigor no início de 2009.

As questões jurídicas deste caso ganham também importância nos Estados Unidos, já que os mercenários não podem ser acusados nem julgados no Iraque, havendo igualmente dúvidas sobre os poderes da justiça norte-americana para julgar crimes cometidos no estrangeiro.

 

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