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Marcopolo, de Coimbra, anuncia encerramento

Autocarro com carroçaria Marcopolo, em Coimbra A empresa de carroçarias de autocarro Marcopolo, em Coimbra, anunciou a suspensão da laboração e a decisão de encerrar a fábrica, avançando com a caducidade dos contratos dos 180 trabalhadores a 15 de Setembro. Mas o Sindicato Nacional da Indústria e da Energia acusa a administração da empresa brasileira de ignorar ofertas de venda da fábrica, para desmantelá-la e, eventualmente, levar equipamentos para a Turquia.

A administração, que comunicou a decisão, assegura que irá garantir os direitos dos trabalhadores e as indemnizações a que têm direito.

António Moreira, coordenador da União dos Sindicatos de Coimbra (USC) disse à agência Lusa que a empresa considera a decisão irrevogável, "mas entendemos que só para a morte é que não há solução", expressando o propósito de lutar pela manutenção dos 180 postos de trabalho.

Segundo António Moreira, o sindicato teve uma reunião com o Governador Civil para se concertarem esforços para aproximar posições entre a administração da Marcopolo e investidores interessados em adquiri-la.

António Moreira declara não compreender esta decisão da Marcopolo, cuja empresa-mãe se situa no Brasil, ao fechar as portas ao mercado europeu, já que a filial de Coimbra é a única neste espaço económico. O principal cliente da empresa, que absorve dois terços da produção, localiza-se na Bélgica.

O presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, garantiu que há interessados na fábrica de Coimbra.

Já o Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (SINDEL) afirmou que a administração da Marcopolo não quer vender a unidade de produção, mas sim desmantelá-la e, eventualmente, levar equipamentos para a Turquia.

Juvenal Sousa, vice secretário-geral do sindicato, disse que ficou com essa convicção depois da reunião com a administração na segunda-feira, e depois de ver rejeitada a proposta de um investidor belga, interessado em comprar a unidade de Coimbra.

Se se confirmar a saída de Coimbra, o mercado europeu deverá passar a ser fornecido a partir do Brasil e da nova fábrica no Egipto. A Marcopolo tem 13 unidades em nove países. Encerrou em Janeiro uma das suas duas fábricas na Rússia, mas abriu uma unidade na Índia, em parceria com o grupo local Tata.

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