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Manuais escolares: pais contra subida de preços acima da inflacção

manuais_2.jpgA Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) considera «lamentável e preocupante» o aumento do preço dos manuais escolares acima da inflação no próximo ano lectivo. Em 2007/2008 todos os manuais aumentam 3,1%, sendo que no ano lectivo seguinte (2008/2009) o preço dos manuais do primeiro ciclo sobe 3% acima da inflacção, ou seja, pelo menos 5,6%. O Governo cedeu perante um ultimato das editoras, que ameaçaram não publicar os manuais do primeiro ciclo, argumentando que nos últimos anos os aumentos foram inferiores à inflacção. Mas a Confap avisa que "as editoras têm outras fontes de rendimentos" e que "a despesa dos pais nunca parou de aumentar".

«É uma situação preocupante e os próximos dois anos vão ser mais dois anos de aumento de custos na educação que as famílias têm de suportar, principalmente as famílias de classe média, porque as famílias com baixos rendimentos têm já apoios», disse o dirigente da Confap Fernando Gomes, reagindo ao aumento do preço dos manuais escolares do ensino básico este ano, pela primeira vez desde 2002.

Todos os manuais escolares vão aumentar 3,1% já neste ano lectivo que agora começa. Mas para o ano lectivo seguinte (2008/2009) os aumentos vão ser deliberadamente superiores à inflacção: 3% acima da inflacção no caso dos manuais do 1º ciclo e 1,5% acima da inflacção nos casos dos manuais do 2ª e 3º ciclos.

Nas negociações, o Governo cedeu à pressão das editoras, que ameaçaram não fornecer o mercado com os manuais do primeiro ciclo, caso não fossem aceites os aumentos de quase 6% para o ano lectivo de 2008/2009. O Secretário de Estado da Educação, Jorge Pedreira, congratulou-se com a resultado final: "felizmente, o bom senso imperou e acabou por chegar-se a um acordo justo".

"É preciso reconhecer que , nos últimos anos, os aumentos dos preços dos manuais foram inferiores à inflacção." acrescentou Jorge Pedreira. Mas para Fernando Gomes, da Confap, "o argumento de que as editoras perderam dinheiro com o congelamento de preços não convence", acusando o ministério de "ter desistido de levar a água ao seu moínho". E esclarece: "As editoras têm outras fontes de rendimento, como os livros de exercício. E a verdade é que a despesa dos pais nunca parou de aumentar".

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