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"Manifestem indignação", apela Carvalho da Silva

Manuel Carvalho da Silva, foto de José Goulão, FlickRO secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, disse que a manifestação da próxima sexta-feira 13, convocada pela central, quer "chamar a atenção da sociedade portuguesa para as muitas dezenas de milhares de trabalhadores que estão em grande sofrimento por causa do desemprego, dos seus rendimentos e das condições de vida". Uma delegação da CGTP reuniu-se esta segunda com representantes do Bloco de Esquerda.

Pela CGTP, estiveram na reunião, além de Carvalho da Silva, Carlos Trindade e Maria do Carmo; pelo Bloco de Esquerda, Mariana Aiveca, José Casimiro e Francisco Louçã.

Foi discutida a situação social, o desemprego, pressões na justiça contra o sindicalismo (há poucos dias, numa distribuição de comunicados em Braga à porta do IEFP, a polícia foi chamada para identificar os sindicalistas). Sobre a inspecção do trabalho, a CGTP denunciou que são precisos 550 inspectores, há menos de 260 e foi feito um concurso para mais 100, a que ocorreram dez mil candidatos, tendo 300 ficado aprovados. Mas os aprovados não podem ocupar todos esses lugares porque não há autorização do governo.

No final, o Bloco de Esquerda declarou o apoio à manifestação da CGTP e apelou a todos os portugueses para que demonstrem a sua "indignação profunda" pelos "facilitismos" no sector bancário: "O Bloco apoiará com grande empenho e determinação a manifestação da próxima sexta-feira por muitas razões, se ouvirmos o que se diz hoje em Portugal percebemos porque é que esta manifestação é tão importante", disse Francisco Louçã.

Para o coordenador do Bloco, "na sociedade portuguesa não há desânimo, há é indignação e uma indignação profunda quando sabemos que banqueiros saíam dos bancos com sacos de dinheiro, que se negociava com traficantes de armas, créditos a fundo perdido, que se pagavam 30 milhões de euros por algum negócio que hoje ainda não está esclarecido, que toda esta vida de facilidades provoca indignação a um país que tem tanta pobreza, tanta dificuldade, tanto desemprego".

Já Manuel Carvalho da Silva apelou aos trabalhadores para que "Manifestem indignação, porque ao longo dos últimos anos andámos a fazer sacrifícios, uma vez em nome da redução do défice, outras porque se considerava que os direitos dos trabalhadores eram privilégios, outras em nome da importância das privatizações e da redução do papel do Estado e o que vimos é que os resultados de todo esse sacrifico foram a acumulação da riqueza desmedida por alguns e o ampliar da corrupção e das promiscuidades na sociedade portuguesa".

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