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Mais três localidades acabam o ano sem SAP's

Ministro continua a tirar serviços de saúde ao interior do paísAlijó, Murça e Vila Pouca de Aguiar são as localidades que desde a madrugada de sexta-feira deixaram de ter Serviços de Atendimento Permanente nos centros de saúde. As populações manifestaram-se contra o encerramento nocturno dos serviços, que esta semana afecta particularmente o distrito de Vila Real: além dos três SAP's, também encerraram o bloco de partos do hospital de Chaves e o Serviço de Urgência do Hospital D. Luiz I, no Peso da Régua. Em Alijó organizou-se uma vigília de protesto, com os habitantes pouco dispostos a encarar a perspectiva de viajarem 47 quilómetros até ao hospital de Vila Real em caso de necessidade urgente durante a noite. Em Vila Pouca de Aguiar, centenas de pessoas concentraram-se na quinta-feira em frente ao centro de saúde. As frases pintadas nos cartazes eram bem claras: "Que Deus nos ajude a correr com o ministro da Saúde", "Isto não é um deserto, queremos o SAP aberto", ou "PPS - Plano Poupança Saúde - esperamos que o ministro mude". A partir de agora, estes três centros de saúde passam a encerrar à meia noite nos dias úteis e às 20h nos restantes dias.

O presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar lamentou a decisão "unilateral" do ministro Correia de Campos. "Já estamos demasiado isolados para permitirmos que nos retirem mais serviços e qualidade de vida", frisou o autarca, lembrando que, ao contrário do que diz o relatório que justifica o encerramento, a rede viária do concelho não permite a circulação de ambulâncias a mais de 60 quilómetros por hora. Domingos Dias  acusa o governo de "prepotência", dado que "não apresentou qualquer medida compensatória dos serviços que agora esvazia".

Em Chaves, o encerramento do bloco de partos deixa agora as grávidas 50 quilómetros mais próximas da maternidade de Verín, em Espanha, do que da de Vila Real. Correia de Campos justificou os encerramentos das urgências com a "falta de qualidade", manifestando-se convicto que "as compensações que estão organizadas darão satisfação às populações".

Em 2008 o governo quer prosseguir com o encerramento de maternidades e SAP's: das 16 maternidades com fim anunciado pelo ministro, já fecharam 10; quanto aos SAP's, depois dos 33 já fechados, ainda há mais 23 a abater nos planos de Correia de Campos, tantos quanto os que sobrarão depois desta "razia" que afecta sobretudo a região centro. Já no dia 2 de Janeiro, o governo prepara-se para fechar o SAP de Vouzela, São Pedro do Sul e Anadia. Os protestos vão continuar no fim de semana com um buzinão entre Anadia e Coimbra e uma providência cautelar para tentar impedir o encerramento.
 

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