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Libertação de Barghouti divide governo israelita

Barghouti é a figura mais popular na Palestina e cumpre pena de prisão perpétua em Israel.Marwan Barghouti é um símbolo da intifada palestiniana e foi condenado a prisão perpétua pelos tribunais de Israel. Esta semana foi eleito para o comité central da Fatah, e até no governo israelita se ouvem vozes pedindo a libertação, por ser visto como o único interlocutor válido do outro lado do conflito.

 

Foi o ministro israelita do comércio e indústria que lançou o desafio aos microfones da rádio pública: "É preciso libertá-lo de imediato e sentar à mesa com ele, não há mais ninguém com a sua capacidade para tomar decisões difíceis", declarou Benyamin Ben Eliezer, citado pelo jornal Le Monde. "Não se faz a paz com gente bem-pensante, mas sim com dirigentes capazes de tomar decisões e impor a sua autoridade ao conjunto das facções palestinianas", acrescentou o ministro que faz parte do partido trabalhista e que deu ainda a entender que o próprio ministro da Defesa Ehud Barak não se oporia à libertação do dirigente histórico da Intifada.

Ao lado de Ben Eliezer está o ministro do partido Avodá, Avishay Braverman, que viu no congresso da Fatah uma oportunidade para consolidar uma direcção reconhecida pelo povo palestiniano e politicamente moderada e com capacidade para impor soluções de paz com Israel. "Barghouti é provavelmente o único líder palestiniano com condições para 'oferecer a mercadoria' que queremos comprar", disse Braverman.

Do lado do Likud, o partido do primeiro ministro Netanyahu, a reacção foi a que se esperava, com o ministro da cultura Limor Livnat a criticar duramente o seu colega de governo. Também a líder do Kadima e ex-ministra dos estrangeiros agora na oposição, Tzipi Livni, se pronunciou contra a libertação de Barghouti.

Aos 50 anos, Barghouti dispõe de um capital de popularidade e reconhecimento na Palestina como nenhum outro dirigente político. Foi secretário-geral da Fatah na Cisjordânia e esta semana foi eleito para o órgão restrito da direcção daquele movimento, reunido em congresso em Belém.

 

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