João Semedo adere ao Bloco

05 de April 2007 - 12:21
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semedo_joaoJoão Semedo, deputado do BE e dirigente do Movimento de Renovação Comunista, aderiu ontem ao Bloco de Esquerda. O responsável pela área da saúde no grupo parlamentar do BE disse ao semanário Sol que "o Bloco é um contraponto na esquerda a partidos de pensamento único", realçando a "pluralidade e o confronto de opiniões" como marca distintiva do BE.



 

O deputado João Semedo, ex-PCP e dirigente do Movimento Renovação Comunista, formalizou a filiação no Bloco de Esquerda, noticia o semanário Sol: «Na semana passada o Francisco Louçã e o Luís Fazenda, tiveram a oportunidade de, numa conversa sobre a orientação política do Bloco, de me convidar e eu fiquei de pensar, e hoje resolvi preencher a ficha de inscrição».

João Semedo declarou que «o Bloco de Esquerda tem uma forma de estar no Parlamento que se distingue da dos outros partidos e os seus deputados estão nas ruas, ao lado das lutas dos trabalhadores» e justifica a entrada no BE com a «identificação» que sente com o partido.

A adesão ao BE não conflitua com a condição de renovador comunista, já que «O Movimento de Renovação Comunista é uma associação política e os seus estatutos não excluem a filiação em partidos», explica. «Aliás, há renovadores que são militantes do PCP». Eleito na semana passada para a direcção do Movimento, Semedo esclarece que já comunciopu à direcção do movimento a sua decisão e que vai continuar a fazer parte dos órgãos da associação: «Pessoalmente, continuo a considerar-me na área da renovação comunista».

No Parlamento, o novo militante do BE tem tido protagonismo nas questões de saúde, sendo autor de uma lei, aprovada por unanimidade, que obriga o Estado a calendarizar os tempos de espera para operações e outros actos médicos, bem como responsável por diversos projectos-lei sobre preços de medicamentos e sua disponibilização para venda nas farmácias hospitalares

Médico de profissão, João Semedo foi até à entrada na AR director do Hospital Joaquim Urbano, no Porto.

Comunista desde a juventude, fez parte do Comité Central do PCP desde os anos oitenta, tendo-se demitido do partido em 2003, após a expulsão dos renovadores Edgar Correia e Carlos Luís Figueira e da suspensão de Carlos Brito. Envolveu-se depois na formação do Movimento da Renovação Comunista, tendo recentemente sido eleito para a sua direcção.  

A aproximação ao BE começou em 2004, quando fez campanha pelo Bloco nas eleições europeias. Nas últimas legislativas integrou de novo as listas do BE. Não foi directamente eleito, mas a rotatividade de deputados do Bloco levaria à sua entrada no Parlamento na anterior sessão legislativa.

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