O presidente demissionário do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, vai inaugurar, até 31 Março, obras no valor superior a 52 milhões de euros, segundo a agência Lusa, que citou fonte governamental. Francisco Louçã acusou Jardim de ser uma "prova andante" da utilização da "coisa pública" em fase de pré-campanha eleitoral. O Presidente da República convocou para sexta-feira uma reunião do Conselho de Estado; as eleições poderão realizar-se a 6 de Maio.
Os concelhos com inaugurações previstas são Machico, Funchal, Câmara de Lobos, Calheta, Ribeira Brava, Santana e Porto Moniz. Entre as obras constam a Central de Bombagem dos Socorridos da Empresa de Electricidades da Madeira, o reforço de protecção marítima da vila da Ribeira Brava e caminhos municipais e agrícolas.
Para o coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, Jardim é "a prova viva" dos abusos de poder do governo regional. "Ao fazer cinco ou seis inaugurações como governante, com agenda de campanha, está a ofender o seu partido, está a desprezar a inteligência dos madeirenses».
Louçã disse que o Bloco de Esquerda se apresentará às eleições - solução que defende para a crise, como os restantes partidos ouvidos ontem por Cavaco Silva - para "lutar contra o populismo" de Jardim.
O Presidente da República, Cavaco Silva, convocou para sexta-feira uma reunião do Conselho de Estado para se pronunciar sobre a crise política na Madeira. O anúncio da convocação foi feito pela Presidência da República no final da ronda de audiências com os partidos com assento no Parlamento Regional madeirense. Nas audiências de hoje, Cavaco Silva terá admitido como razoável a data de 6 de Maio para as eleições intercalares da Madeira.
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