You are here

Júlio Machado Vaz nas Jornadas contra a homofobia

Júlio Machado Vaz foi um dos convidados destas Jornadas Sem MedosFoi uma Casa do Livro cheia que acolheu no Porto as Jornadas "Sem Medos - contra a homofobia", promovidas pelo Bloco de Esquerda. A educação sexual, a homofobia e a transfobia foram alguns dos temas que estiveram em debate. Júlio Machado Vaz associou-se a estas Jornadas e foi um dos convidados da conversa. As jornadas vão prosseguir com mais debates e encerram a 14 de Junho com um fórum internacional em Lisboa.

 

Contrariando a ideia de que estas questões não devem fazer parte das prioridades da agenda política, o sexólogo criticou aqueles que usam a desculpa das causas fracturantes para não assumirem o combate às discriminações e pelos direitos humanos da população LGBT. “Fracturantes são todos os temas que dividem a sociedade, como o aumento dos preços dos combustíveis. A ideia de que há alguns temas que não devem ser falados porque vão criar  «mau ambiente» e «dividir as pessoas» não faz sentido. É exactamente porque são temas em que há opiniões diferentes que é preciso discutir. Aqueles que dizem que «a sociedade não está preparada» alimentam a pescadinha de rabo na boca: como as pessoas não estão preparadas, não se fala; como não se fala, as pessoas nunca vão estar preparadas…”, afirmou Machado Vaz.
 
Também João Teixeira Lopes falou da opressão e do silêncio que rodeia estes assuntos e da necessidade de integrar as questões do corpo e da sexualidade no combate político e de associar os percursos individuais de emancipação a uma tradução política, que deve ser organizada e ter reflexos nas instituições e nas propostas políticas, invocando exemplos do movimento contra as agressões homofóbicas em Viseu e das Marchas do Orgulho do Porto.
 
Paula Antunes, da rede ex aequo, informou os presentes sobre os projectos e a experiência desenvolvida pela rede ex aequo nas escolas e alertou para os problemas concretos com que se confrontam os jovens LGBT, que têm uma taxa de suicídio muitíssimo superior à média, devido às discriminações e pressão social de que são vítimas. O isolamento que muitos jovens LGBT sentem é exactamente uma das situações que aquela associação pretende combater.
 
As várias propostas legislativas apresentadas pelo Bloco no Parlamento – sobre sangue, facilitação de denúncias, educação sexual, formação das forças de segurança e Dia contra Homofobia - foram referidas por José Soeiro, que chamou a atenção para a necessidade de “evitar a normalização” e dar visibilidade às identidades LGBT, que por serem identidades subversivas confrontam sempre o poder conservador. Saudando o facto da campanha do Bloco ter feito outros partidos pronunciarem-se sobre o assunto, o deputado do Bloco criticou as declarações de Passos Coelho do PSD, considerando que a sua proposta de criar uma “figura legal específica para gays, que não o casamento” era criar um “gueto legal para recusar a plena igualdade”. Também o Partido Socialista, que reagiu às propostas do Bloco considerando que o tema “não era prioridade” e que “o PS não tem nenhum compromisso para esta legislatura”, foi criticado por subordinar a luta pelos direitos humanos a calculismos eleitorais. Soeiro salientou contudo que todos os que, vindos de outras militâncias e de outros partidos, se juntem a esta causa são bem-vindos e necessários, apelando à mobilização para o Fórum Internacional SEM MEDOS que acontecerá em Lisboa no dia 14 de Junho.

 


Leia aqui o programa das Jornadas Sem Medos - Contra a Homofobia

Termos relacionados Sociedade