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Israel barra entrada de eurodeputados em Gaza

Actualmente 200 mil israelitas vivem numa dezenas de colónias em territórios ocupados em Jerusalém Oriental. Foto de um colonato de Upyernoz, FlickrAlegando motivos de segurança, Israel impediu a entrada em Gaza de 9 eurodeputados cuja visita estava autorizada. O episódio sucede a decisão da UE sobre defesa de Jerusalém como capital dos dois estados.

Uma delegação de deputados do Parlamento Europeu, integrada por deputados da Irlanda, Chipre, Itália, Alemanha, França, Reino Unido e Grécia, foi impedida de entrar em Gaza, três horas depois de ser autorizada a visita por Israel que alegou razões de segurança, não dando mais explicações. No entanto, a delegação reclama agora «uma explicação completa sobre os riscos de que levaram as autoridades locais a tomar uma decisão que não melhora em nada as relações entre o Governo israelita e o Parlamento Europeu", disseram em comunicado. Tinham como objectivo comprovar as condições humanitárias em que vive a população de Gaza diante das contínuas restrições impostas por Israel.

Os eurodeputados consideram extremamente curioso que o cancelamento tenha sido decidido horas depois de os 27 estados-membros da União Europeia (UE) terem aprovado um documento defendendo Jerusalém como capital dos dois Estados (Palestina e Israel), algo criticado pelas autoridades de Israel. No documento a UE diz que não reconhecerá mudanças de fronteiras na região realizadas após 1967, salvo depois de um acordo. Além disso, a actual presidência sueca da UE já avisou Israel para não tentar criar divisões entre os estados-membros sobre esta decisão.

O jornal israelita "The Jerusalem Post" publicou que o Governo de Benjamin Netanyahu aplica uma política não declarada de impedir "figuras políticas de destaque" de entrar em Gaza com um duplo objetivo: evitar que o Hamas obtenha legitimidade e fazer pressão pela libertação do soldado Gilad Shalit, sequestrado em 2006.

O Parlamento de Israel aprovou dia 9 de Dezembro, em forma preliminar, um projecto legislativo que ordena um referendo nacional sobre eventuais acordos de paz que cedam o controle das regiões de Jerusalém Oriental e dos Altos de Golan. A Palestina reclama Jerusalém Oriental como capital do seu futuro Estado, enquanto a Síria exige a devolução das Colinas de Golan em qualquer acordo de paz com Israel. Ambas as áreas foram ocupadas por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e posteriormente foram anexadas ao seu território, violando o disposto no Direito Internacional.

Outras questões pontuam estes episódios e a postura pouco clara de Israel nas suas alegadas intenções de paz. O ministro do Interior de Israel aprovou recentemente a construção de 900 novos fogos no colonato judaico de Gilo, em Jerusalém Leste. A decisão foi condenada pela ONU, pelo presidente dos EUA, Barack Obama, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Bernard Kouchner. Mas nenhuma medida para contrariar a decisão foi avançada.

Entretanto, o Primeiro-Ministro israelita, Binyamin Netanyahu, anunciou a suspensão por 10 meses da construção de colonatos na Cisjordânia não incluindo o de Jerusalém nestas contas, respondendo pouco tempo depois aos protestos dos colonos israelitas face a esta medida com a promessa de mais fundos e benefícios para os colonatos na Cisjordânia.

A Autoridade Palestiana rejeita a primeira medida referida por considerá-la insuficiente, não incluindo Jerusalém Oriental, as 3 mil casas onde já foram construídos os alicerces, nem as infraestruturas públicas como escolas, centros de saúde e sinagogas.
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