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Israel barra entrada de eurodeputados em Gaza
Alegando motivos de segurança, Israel impediu a entrada em Gaza de 9 eurodeputados cuja visita estava autorizada. O episódio sucede a decisão da UE sobre defesa de Jerusalém como capital dos dois estados.
Uma delegação de deputados do Parlamento Europeu, integrada por deputados da Irlanda, Chipre, Itália, Alemanha, França, Reino Unido e Grécia, foi impedida de entrar em Gaza, três horas depois de ser autorizada a visita por Israel que alegou razões de segurança, não dando mais explicações. No entanto, a delegação reclama agora «uma explicação completa sobre os riscos de que levaram as autoridades locais a tomar uma decisão que não melhora em nada as relações entre o Governo israelita e o Parlamento Europeu", disseram em comunicado. Tinham como objectivo comprovar as condições humanitárias em que vive a população de Gaza diante das contínuas restrições impostas por Israel.
Os eurodeputados consideram extremamente curioso que o cancelamento tenha sido decidido horas depois de os 27 estados-membros da União Europeia (UE) terem aprovado um documento defendendo Jerusalém como capital dos dois Estados (Palestina e Israel), algo criticado pelas autoridades de Israel. No documento a UE diz que não reconhecerá mudanças de fronteiras na região realizadas após 1967, salvo depois de um acordo. Além disso, a actual presidência sueca da UE já avisou Israel para não tentar criar divisões entre os estados-membros sobre esta decisão.
O jornal israelita "The Jerusalem Post" publicou que o Governo de Benjamin Netanyahu aplica uma política não declarada de impedir "figuras políticas de destaque" de entrar em Gaza com um duplo objetivo: evitar que o Hamas obtenha legitimidade e fazer pressão pela libertação do soldado Gilad Shalit, sequestrado em 2006.
O Parlamento de Israel aprovou dia 9 de Dezembro, em forma preliminar, um projecto legislativo que ordena um referendo nacional sobre eventuais acordos de paz que cedam o controle das regiões de Jerusalém Oriental e dos Altos de Golan. A Palestina reclama Jerusalém Oriental como capital do seu futuro Estado, enquanto a Síria exige a devolução das Colinas de Golan em qualquer acordo de paz com Israel. Ambas as áreas foram ocupadas por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e posteriormente foram anexadas ao seu território, violando o disposto no Direito Internacional.
Outras questões pontuam estes episódios e a postura pouco clara de Israel nas suas alegadas intenções de paz. O ministro do Interior de Israel aprovou recentemente a construção de 900 novos fogos no colonato judaico de Gilo, em Jerusalém Leste. A decisão foi condenada pela ONU, pelo presidente dos EUA, Barack Obama, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Bernard Kouchner. Mas nenhuma medida para contrariar a decisão foi avançada.
Entretanto, o Primeiro-Ministro israelita, Binyamin Netanyahu, anunciou a suspensão por 10 meses da construção de colonatos na Cisjordânia não incluindo o de Jerusalém nestas contas, respondendo pouco tempo depois aos protestos dos colonos israelitas face a esta medida com a promessa de mais fundos e benefícios para os colonatos na Cisjordânia.
A Autoridade Palestiana rejeita a primeira medida referida por considerá-la insuficiente, não incluindo Jerusalém Oriental, as 3 mil casas onde já foram construídos os alicerces, nem as infraestruturas públicas como escolas, centros de saúde e sinagogas.
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