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Irão: Polícia reprime manifestação de mulheres

ManifestaçãoUma tentativa corajosa de várias centenas de mulheres para comemorar o dia internacional da mulher terminou ontem em violência, quando a polícia iraniana usou da força para dispersar a manifestação, relata a IPSNews. As mulheres iranianas lançaram uma campanha de recolha de 1 milhão de assinaturas para mudar a legislação discriminatória do país.  

Já no Domingo anterior 70 mulheres foram presas (e libertadas posteriormente) por se manifestarem à porta do tribunal contra o julgamento de 5 outras mulheres, acusadas de conspiração contra a segurança social, propaganda contra o Estado, perturbação da ordem pública através das participação em ajuntamentos ilegais. O «ajuntamento» tinha como objectivo reivindicar a igualdade entre homens e mulheres.

No início da semana a Amnistia Internacional já tinha alertado que a repressão do passado Domingo tinha como objectivo desmobilizar as acções do dia internacional da mulher, que mesmo assim aconteceram.

As mulheres iranianas promovem neste momento uma campanha de um milhão de assinaturas para alterar as leis discriminatórias. A informação foi dada por uma activista à IPSNews que preferiu manter o anonimato. No Irão, só os homens têm o direito a pedir o divórcio e só eles podem pedir a custódia exclusiva dos filhos. Os homens podem ter até quatro mulheres e um testemunho de uma mulher tem metade do valor do que o de um homem. A maioridade da mulher (a partir da qual pode ser acusada e julgada) é atingida aos 9 anos (15 anos nos homens).

"Reclamar mudanças pela igualdade entre homens e mulheres é tão ameaçador para o patriarcado, que eles farão tudo para impedir a ideia de "infectar" a sociedade. O site da campanha foi sabotado três vezes em cinco meses e duas vezes nas últimas duas semanas", referiu a activista.

 

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