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IPCC e Al Gore partilham Nobel da Paz

Foto Sonia Blanco/FlickrO Comité Nobel destacou a luta contra as alterações climáticas ao atribuir o Nobel da Paz ao Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), o organismo das Nações Unidas que tem elaborado os relatórios e estudos com as medidas indispensáveis e imediatas para o mundo fazer frente ao aquecimento global. Um prémio que partilha com o ex-vice-presidente norte-americano Al Gore, um dos principais divulgadores dos efeitos das alterações climáticas e da necessidade de as enfrentar.

"Não posso acreditar, estou siderado e espantado", afirmou Rajendra Pachauri, o presidente do IPCC, ao receber a notícia em Nova Deli. Já Al Gore afirmou estar "honrado" com a distinção e por dividi-la com o IPCC, "um grupo cujos membros trabalham sem descanso e de forma altruísta há vários anos". Gore anunciou ainda que doará o prémio monetário à  Aliança para a Protecção do Clima, descrevendo-a como "uma organização sem fins lucrativos devotada a mudar a opinião pública norte-americana e internacional acerca da urgência da resolução da crise climática".

O Comité do Nobel atribui o galardão pelo "esforço dos vencedores na construção e disseminação do conhecimento sobre as alterações climáticas provocadas pela acção humana, e por lançarem as bases para as medidas necessárias para contrariar essas alterações". O Comité chama ainda a atenção para os efeitos do aquecimento global: migrações em larga escala, maior competição pelos recursos do planeta, risco acrescido de conflitos e guerras e um fardo ainda mais pesado para os países mais pobres.

O consenso atingido por duas décadas de investigação liderada pelo IPCC, que juntou o trabalho de milhares de investigadores de mais de cem países, é enaltecido pelo Comité, bem como as capacidades de divulgador de Al Gore. O seu filme "Uma Verdade Inconveniente, que ganhou um Óscar para o Melhor Documentário, esteve sob polémica esta semana, quando um tribunal londrino deu razão às queixas que apontam alegados "erros científicos" no filme, como por exemplo dizer que o furacão Katrina foi causado pelo aquecimento global, considerando os juízes não "existirem provas suficientes" para que se afirme isso. O filme continuará a ser divulgado em Inglaterra, mas com uma nota explicativa da decisão do tribunal.

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