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greve geral teve impacto

gg1Carvalho da Silva, secretário geral da CGTP, considerou que os trabalhadores responderam com coragem e que a greve geral teve grande impacto no país, apesar das ameaças do governo e dos exagerados serviços mínimos, impostos aos trabalhadores em violação do direito à greve. A Greve geral fez-se sentir com mais intensidade nos trabalhadores das autarquias, no sector da saúde, nos transportes, na recolha do lixo, na hotelaria e em muitas empresas. Para o governo a greve teve "impacto limitado" e foi "uma greve parcial". O secretário-geral da CGTP, em resposta, afirmou: "Este Governo não governa para as pessoas, governa para os números", e denunciou o facto de o Governo fazer coro com os patrões na desvalorização da greve.
Leia Testemunhos da Greve Geral de Francisco Louçã.
 

Os números do Governo apontam para uma adesão à greve de 13,77 por cento no sector público e de 5% no sector privado. Carvalho a Silva afirmou não esperar outra coisa do Governo, realçando que a CGTP «não entra em guerras de números» e dando exemplos de muitos sectores que pararam completamente ou funcionaram a meio gás.

Carvalho da Silva disse à Agência Lusa que ao nível das autarquias a adesão média foi de 85 por cento, mais de 20 mil enfermeiros estiveram em greve, na educação mais de 1.000 escolas fecharam e as que abriram tiveram mais de metade dos professores em greve.

No sector dos transportes, o Metropolitano de Lisboa e a Transtejo paralisaram por completo, porque os trabalhadores não cumpriram os serviços mínimos que as administrações lhes queriam impor. Na Carris a adesão foi baixa. Carvalho da Silva referiu ainda como exemplo o caso da CP, em que os comboios circularam com supressões e atraso, mas onde a greve contou com uma adesão de cerca de 60 por cento e o caso do aeroporto de Lisboa onde foram cancelados 63 voos, ou dos Açores onde não se efectuaram os voos inter-ilhas.

A última listagem de adesões à greve da CGTP, fez um levantamento de 1.011 locais de trabalho de todos os sectores de actividade e com base nessa amostragem verificou-se uma adesão média de 82,85 por cento.

Há muitos locais com adesões de 100 por cento, nomedamente no sector da hotelaria e restauração (em refeitórios e cantinas), na saúde (onde a greve dos enfermeiros foi de 100 por cento em muitos hospitais e centros de saúde de todo o país), em serviços de recolha de lixo e em escolas.

No sector da construção a adesão variou entre os 100 por cento e os 25 por cento, no comércio os números variaram entre os 100 por cento e os 10 por cento, nas indústrias eléctricas variou entre os 100 e os 3,33 por cento.

Na metalurgia a variação foi entre os 100 e os 4,44 por cento.

A greve geral paralisou inúmeras empresas, como Lisnave, Unicer, Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Cimianto.

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