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Governo iraniano desencadeia onda repressiva

Carro da polícia em chamas nos protestos de 27 de DezembroDetenções incluem irmã de Shirin Ebadi, prémio Nobel da Paz de 2003, e um repórter da TV do Dubai. Parlamento pede punição máxima aos manifestantes.

"O Parlamento quer que os corpos judiciário e de informações prendam os que insultam a religião e lhes imponham a máxima punição, sem reservas", disse o presidente do Legislativo, Ali Larijani. Deputados acusaram os manifestantes do dia 27 de Dezembro de "anti-religião" e "contra-revolucionários".

Oficialmente, o número de pessoas presas é de 300, mas fontes de oposição já falam em mais de 600. Há oito mortos confirmados, entre os quais o sobrinho do líder oposicionista e ex-candidato presidencial Mir Hussein Moussavi.

Shirin Ebadi, prémio Nobel da Paz de 2003, anunciou que quatro agentes da polícia política prenderam a sua irmã, Nooshin Ebadi, professora de medicina, na manhã do dia 28, e denunciou que desconhece o lugar para onde ela foi levada.

Ao El País, Shirin Ebadi, de 62 anos, que está em Londres, disse que a prisão tem o objectivo de impedir o seu trabalho como activista de direitos humanos, explicando que a irmã não está envolvida na luta por direitos humanos nem participou das manifestações.

O procurador-geral, em Teerão, confirmou, por seu lado, a prisão de Reza al-Basha, um sírio de 27 anos que cobria os protestos para a Dubai TV. "Essa pessoa foi presa e o Ministério da Cultura confirma que ele não tinha permissão de trabalhar", disse Abbas Jafari Doulatabadi.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ramin Mehmanparast, criticou governos estrangeiros, incluindo os dos EUA e do Reino Unido, pela crítica à repressão aos protestos. "Alguns países ocidentais estão a apoiar este tipo de actividades. Isto é uma intervenção nos nossos assuntos internos. Condenamo-la enfaticamente".

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