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General Motors desiste da venda da Opel

logotipo da OpelA General Motors (GM) anunciou que não irá vender a filial alemã Opel, após meses de negociações com o consórcio canadiano-russo Magna/Sberbank. Na Alemanha, a notícia não foi bem recebida levando os trabalhadores a contestar já o anúncio da supressão de 10.000 postos de trabalho e a temerem de novo pelo futuro das fábricas europeias.

Argumentando com uma melhoria da sua saúde e estabilidade financeira e com a importância da Opel para a sua estratégia internacional, a GM decidiu não reduzir o grupo, mas sim reforçá-lo. O negócio com a Magna fica assim eternamente adiado e a Opel será reestruturada pela casa-mãe. Mas o seu futuro mantém-se incerto, não só porque precisa de financiamento para seguir adiante, mas também porque poderá ter de lidar com uma crise de credibilidade, num mercado automóvel europeu já saturado.

O presidente executivo da GM Fritz Henderson, declarou que a construtora irá apresentar em breve o seu plano de reestruturação à Alemanha e a outros Governos e esperar que a sua avaliação seja favorável. O plano estabelece uma redução dos custos em 30% implicando a previsão da supressão de dez mil postos de trabalho dentro da Opel e vai custar três mil milhões de euros.

As manifestações marcadas pelo sindicato alemão dos metalúrgicos – IG Metal – arrancam nas quatro fábricas alemãs já esta quinta-feira mas os protestos estendem-se na sexta-feira a outros países europeus como a Espanha, Bélgica, Polónia, e Reino Unido (onde a empresa opera sob a marca Vauxhall). Em países como a Espanha e o Reino Unido, a decisão da GM de manter a Opel anula o fecho de fábricas e despedimentos em massa já anunciados embora mantenha incerto o futuro de muitos postos de trabalho, mantendo-se assim velada a real estratégia da empresa-mãe para Europa.

O Ministro da Economia alemão Rainer Brüderle já fez declarações no sentido de lamentar assertivamente a decisão da GM, considerando-a «inaceitável» e fazendo saber que o executivo de Merkel irá exigir o retorno, até ao final do mês, de 1,5 mil milhões de euros de ajudas já dadas no âmbito do antigo plano de reestruturação, esperando também a apresentação urgente do novo plano de viabilização para a Europa.

Os estilhaços do recuo da GM chegaram também à Rússia. O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, disse que seriam analisados os recursos jurídicos possíveis após o recuo da GM, que tinha já selado o acordo para vender à Magna e ao Sberbank 55% da Opel. Já o patrão da empresa canadiana Magna foi mais comedido, segundo o Público, considerando que não cabe à sua empresa "criticar um cliente".

Reagindo ao recuo da GM, a Casa Branca apenas declarou não ter influência na decisão da direcção da empresa (apesar de ser actualmente o principal accionista da GM, detendo 60% do capital). Já a Comissão Europeia referiu apenas esperar que o novo plano de reestruturação da construtora automóvel alemã se fixe em bases económicas sólidas, de modo a assegurar a viabilidade a longo prazo da Opel e a manutenção dos postos de trabalho.

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