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SADDAM HUSSEIN SERÁ ENFORCADO NO DIA 2
Saddam_no_tribunalO ex-presidente do Iraque Saddam Hussein poderá ser executado já na terça-feira, antes que os democratas assumam o controlo do Congresso dos Estados Unidos, segundo afirmou hoje um dos seus advogados, Ahmet Essadik. Já depois do Supremo Tribunal do Iraque ter confirmado a sentença de morte do ex-ditador, a imprensa iraquiana publicou uma carta dirigida ao "povo iraquiano" , em que Saddam Hussein apela à resistência contra os invasores norte-americanos e se declara pronto ao martírio. 

 

O advogado de Saddam apontou a data provável de execução, numa entrevista ao jornal francês Le Parisien. Na mesma entrevista, Ahmet Essadik afirmou que a execução do antigo ditador vai mergulhar o Iraque no caos e “na anarquia geral”, e que só a pressão da Comunidade Internacional sobre a administração de George Bush poderia evitar o enforcamento do deposto presidente iraquiano.
O advogado que se reuniu com Saddam Hussein na semana passada, antes da confirmação da sentença, afirma que Saddam Hussein já sabia que o tribunal ia manter a sua condenação à morte. “Percebi que já o sabia. Disse-nos que não tinha nenhum sentimento de vingança contra o povo dos Estados Unidos, mas que os iraquianos deviam intensificar a resistência contra o ocupante estrangeiro”. 
Entretanto, numa carta, dirigida ao “povo iraquiano” divulgada na imprensa, após a pena de morte ter sido confirmada, Saddam Hussein apela para que a sua execução seja sinal para o recrudescimento da resistência. "Se Deus o desejar, irei para junto dos mártires.", afirma Saddam numa missiva escrita à mão que terá sido redigida em Novembro, após o tribunal o ter considerado culpado de crimes contra a humanidade pela morte de 148 aldeões xiitas em Dujail, em 1982.
O partido Baas afirmou, numa declaração na Internet (não autenticada), que a execução de Saddam "é a última linha vermelha que a Administração americana não deve ultrapassar". Prometeu vingança "na situação no Iraque e na América em particular".
Os advogados de defesa de Saddam apelaram entretanto "aos governos árabes e às Nações Unidas" para impedirem a concretização da sentença, segundo uma carta enviada à Associated Press, classificando o processo como um dos "crimes que estão a ser cometidos no Iraque em nome da democracia".
O Governo iraquiano precisou, por seu lado, que Saddam não será executado antes do final deste ano. A ordem terá de ser assinada pela presidência, afirmou à AFP o ministro da Justiça.
Apesar de os serviços prisionais estarem a ultimar os preparativos para a execução, esta não deverá ocorrer devido aos festejos do Eid al-Adha, que se segue à peregrinação anual a Meca e deverá começar a 30 de Dezembro (as datas variam conforme as regiões).
Ontem, foi novamente dia de violência: oito mortos na explosão de um carro-bomba em Bagdad e a descoberta de 40 corpos, na maioria com sinais de tortura, também na capital.

 

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