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Gás lacrimogéneo já falta na Grécia

A Polícia grega gastou todo o gás lacrimogéneo e vai importar maisFontes da polícia grega disseram à Reuters que começou a faltar gás lacrimogênio após mais de 4,6 mil cápsulas terem sido usadas na última semana, e que Israel e Alemanha já foram contactados para ajudar no abastecimento do material. Depois de uma noite mais calma, os protestos voltaram em força esta sexta-feira, com denúncias de prisões arbitrárias de adolescentes e agressões a jornalistas.  


O protesto desta sexta-feira foi convocado pela Confederação da Educação, juntando alunos e professores. Centenas de estudantes manifestaram-se nas ruas da capital, tendo-se gerado confrontos com a polícia, enquanto professores universitários formavam uma cordão humano em torno do edifício da Universidade de Atenas. Segundo o próprio Ministério da Educação, dezenas de escolas e faculdades estão ocupadas desde segunda-feira.

Os manifestantes queixam-se de atitudes provocatórias da polícia, que terão detido de forma arbitrária jovens entre os 14 e os 16 anos, agredindo pelo menos um jornalista que tentava evitar as detenções. A polícia queixa-se do uso de coktails molotóv, enquando adianta que já esgotou as suas reservas de gás lacrimogéneo, vendo-se agora obrigada a importar a substância da Alemanha e de Israel.

"Todos acham que esse governo que mata precisa cair. O governo, em quatro anos, só levou a cabo reformas contra os estudantes", disse à Reuters Maria Tsoupri, de 22 anos. "Não vemos um futuro. Só temos um futuro através da luta.", acrescenta.

Para os estudantes que já se manifestam há vários meses, a gota de água que multiplicou os protestos foi a morte de Alexis Grigoropoulos, de 15 anos, ocorrida no sábado passado em Atenas, um jovem manifestante atingido a tiro pela polícia. O tribunal ordenou que os dois polícias acusados da morte do adolescente fiquem presos preventivamente.

O aumento das desigualdades sociais, vários escândalos políticos, os efeitos da crise económica e as soluções apresentadas pelo governo, como as medidas privatizadoras para a Educação e outros serviços públicos, estão na origem dos maiores protestos sociais dos últimos 20 anos. Na passada quarta-feira realizou-se uma nova Greve Geral e o Partido que está no poder, "Nova Democracia", tem perdido popularidade.

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