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Função Pública: governo e sindicatos sem acordo sobre salários
"Os trabalhadores não podem aceitar uma negociação que comece em 2,9% e termine em 2,9 %". Assim explicou Nobre dos Santos, da FESAP, o fracasso da última ronda negocial para debater os aumentos salariais para a Função Pública, relativos a 2009, que terminou sem que se tivesse chegado a acordo. "Não houve qualquer hipótese de entendimento entre as partes", disse o sindicalista. Já o governo considera "que 2,9% é uma proposta muito boa para aquilo que é a realidade do país". Os sindicatos reivindicam entre 3,5% e 5% de aumento.
Alertando para um ambiente de descontentamento entre os funcionário da Administração Pública, os sindicatos avisam que o próximo ano será de greve e manifestações.
Ana Avoila, da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública, criticou a diferenciação entre os funcionários públicos, uma vez que o governo descongelou este ano os escalões para militares, mas o mesmo não aconteceu para os restantes trabalhadores. "O que quer dizer que arrecada alguns milhões de euros à conta da função pública", denuncia.
Já o STE (Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado) considera que, com esta posição, "o governo vai mesmo discriminar os aposentados e não se compromete com calendários para a reestruturação das carreiras especiais", diz Bettencourt Picanço, para quem o governo adoptou uma posição "ostensivamente inegocial". O STE disse em comunicado que, de todo o processo, guarda apenas um "amargo sabor de quão difícil é a prática da democracia quando o Governo nisso não se empenha".
Para Castilho dos Santos, secretário de Estado da Administração Pública, "o governo lamenta que não tenha sido possível chegar a acordo para um aumento de 2,9% quando este é o melhor aumento da última década".