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FMI revê em baixa crescimento português em 2008

O Primeiro Ministro, José Sócrates, acompanhado pelo Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.  Foto INACIO ROSA/LUSAO Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa o crescimento económico previsto para Portugal em 2008. Os 2,1% previstos em Abril para 2008, caíram para 1,8%. A previsão foi divulgada no mesmo dia em que o primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou que o défice orçamental ficará este ano nos três por cento e que Portugal volta a estar dentro dos limites impostos pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) da União Europeia. O Bloco de Esquerda alertou que este resultado foi conseguido "à custa do atraso no desenvolvimento do país".

No documento divulgado na quinta-feira pelo Banco de Portugal, o FMI afirma que em Portugal "está finalmente em curso uma recuperação moderada", numa altura em que a consolidação orçamental deve continuar. Mas que as tensões nos mercados financeiros aumentaram os riscos descendentes do crescimento, pelo que há agora mais hipóteses de este vir a ser inferior a 1,8%.

 

A instituição alerta ainda que os níveis elevados da dívida das empresas e as condições de crédito mais restritivas podem limitar a recuperação do investimento.

No mesmo documento, o Fundo defende que a legislação de protecção ao emprego seja menos restritiva e mostra-se preocupado com a recente decisão de aumentar "significativamente" o salário mínimo (aumento para 500 euros até 2011).

Em comunicado, o Bloco de Esquerda desvalorizou o anúncio do primeiro-ministro sobre o défice. "O país está a perder anos de desenvolvimento", advertiu o deputado do BE João Semedo, em declarações aos jornalistas no Parlamento. O deputado bloquista acusou o governo de conseguir atingir o valor de 3 por cento no défice "à custa do atraso do desenvolvimento do país, do bem-estar dos portugueses e do aumento da taxa de desemprego."

Sócrates anunciou ainda que o governo não vai proceder a uma revisão do objectivo do défice para 2008, mantendo o valor de 2,4% assumido em Bruxelas.

"O nosso compromisso para 2008 será de 2,4 por cento. O Governo quer manter a linha de rigor e disciplina orçamental - factores essenciais para o futuro do país -, mas o Orçamento de 2008 também apostará no crescimento público", disse.

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