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FMI defende subida dos défices públicos para controlar crise financeira

Dominique Strauss-Kahn, Presidente do FMI, apelou à subida dos défices públicos de alguns países para combater a crise.Um "momento histórico". Foi desta forma que os participantes no Fórum Económico Mundial, em Davos, reagiram à declaração do presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), que defendeu o agravamento dos défices públicos para fazer face à crise financeira. Strauss-Kahn preconiza que "não se pode apenas depender da política monetária" para fazer face à crise, desafiando o dogma neoliberal que tem pautado a política dos Estados, incluindo Portugal.  

Dominique Strauss-Kahn, que lidera o FMI há poucos meses, defendeu a subida dos défices para combater a crise financeira. "Alguns países não estão em posição de agravar os seus défices, mas outros têm espaço de manobra para algum estímulo orçamental", esclareceu.

Os comentários foram recebidos com surpresa pelos participantes do Fórum Económico Mundial. Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro nos EUA assinalou o "momento histórico". "É a primeira vez num quarto de século que o director executivo do FMI apela a uma subida dos défices. Tradicionalmente é sempre consolidação orçamental", afirmou, acrescentando que via este "reconhecimento como um indicador da gravidade da situação que enfrentamos".

A crise financeira internacional dominou a reunião do Fórum Económico Mundial. Os responsáveis máximos dos grandes bancos norte-americanos, que nas últimas semanas declararam prejuízos recorde, deram a entender que o pior ainda pode estar para vir. Referindo-se às medidas de estímulo económico aplicadas nos EUA, William Rhodes, presidente do Citigroup, lembrou que "ainda vai demorar algum tempo para que essas medidas cheguem ao sistema" e reconheceu que "estamos apenas a meio do jogo".

John Thain, CEO da Merrill Lynch, disse que as perdas relacionadas com o subprime podem já estar praticamente assimiladas, mas avisou que "os problemas nos mercados de crédito estão a espalhar-se para o sector do consumo".

As dificuldades, segundo o responsável máximo da Merrill Lynch, podem agora vir a sentir-se ao nível dos cartões de crédito e empréstimos para aquisição de automóveis. "As falências declaradas por consumidores aumentaram 40 por cento em 2007 e isto ainda pode piorar mais com a subida do desemprego".

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