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Falsas promessas de emprego para os 382 despedidos da Yazaki Saltano

Apenas 18 dos 400 trabalhadores da Yazaki ficam com emprego

A unidade de Gaia da Yazaki Saltano encerra neste final de mês a sua actividade e, segundo informações veiculadas pelos sindicatos, "é residual o número de trabalhadores que têm novo emprego", apesar das promessas feitas pelo Governo, autarquia e empresas privadas. Este despedimento colectivo abrangeu 382 trabalhadores da unidade de Gaia, tendo a empresa transferido 18 para o pólo de Ovar.

Segundo os sindicatos, "a quase totalidade dos 382 trabalhadores despedidos hoje da unidade de Gaia da Yazaki Saltano, fabricante de componentes eléctricos para automóveis, não tem emprego garantido" e já estão inscritos no Fundo de Desemprego, apesar das muitas "promessas" feitas pelo Governo, autarquia e empresas privadas.

 

A empresa tinha anunciado em 4 de Abril que iria despedir 400 trabalhadores do pólo de Gaia afectos à produção de um modelo que a empresa teria de terminar até ao final de Abril. Logo nesse dia, o ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, declarou à imprensa que a Jerónimo Martins se disponibilizava para contratar até 100 trabalhadores da Yazak. 

 

Também nesse dia, o vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, disse que estavam a decorrer negociações com vista à integração dos trabalhadores despedidos em unidades comerciais que vão ser construídas no concelho. Poucos dias depois, o autarca anunciou que a fabricante de bicicletas RTE também estaria interessada em contratar 50 dos despedidos da Yazaki Saltano e chegou a enviar ao Governo uma carta comunicando o alegado interesse de uma Escola de Hotelaria e Serviços em contratar despedidos da Yazaki Saltano (o que seria desmentido, em declarações à imprensa, pelo responsável da escola).

 

Segundo Miguel Moreira, sindicalista, estas promessas visam apenas aproveitar verbas da União Europeia, que criou um Fundo de Estabilização da Globalização para fazer face à vaga de transferência de fábricas para países de mão-de-obra barata: "Esta gente prepara-se para rapar o Fundo de Estabilização da Globalização, que é dinheiro a que o Estado português se candidata. Vai recebendo e não faz nada. É um país de gatunos".

 

O dirigente sindical referiu que quase todos os trabalhadores do pólo de Gaia da Yazaki Saltano já foram mandados para casa pela empresa na semana passada e no início desta semana, devendo regressar hoje apenas para receber os cheques do salário de Abril e da indemnização. A Yazaki Saltano acordou com os despedidos o pagamento de uma indemnização de 1,75 salários por cada ano de trabalho, acrescido de um bónus de 1.500 euros por trabalhador.

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