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Faianças Bordalo Pinheiro fecha por falta de encomendas

Entrada da Faianças Artísticas Bordalo PinheiroA maior cerâmica das Caldas da Rainha, a Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, Lda, anunciou que vai cessar a produção da fábrica que possui na zona industrial local e que dá emprego a 150 trabalhadores, por já não ter "uma única encomenda para o mês de Janeiro", segundo o seu administrador, Jorge Serrano.

 

Por enquanto, fica a funcionar o espaço fabril secular que vem do tempo do artista Rafael Bordalo Pinheiro, na zona histórica da cidade. Mas também os 17 trabalhadores têm o emprego ameaçado porque o administrador diz que os encargos são tantos que esta parte da empresa não deve sobreviver ao mês de Janeiro.

A Faianças Bordalo Pinheiro foi a primeira fábrica deste tradicional sector industrial das Caldas da Rainha, criada em 1884 pelo artista que lhe dá o nome.

Em Maio, perante uma primeira ameaça de insolvência, a câmara local interveio e comprou por 900 mil euros uma parte do edifício histórico onde Bordalo trabalhou. O objectivo é preservar a memória de uma figura intimamente ligada às Caldas - e da qual se comemorou este ano o centenário da morte -, bem como o património industrial da fábrica do século XIX, na qual a autarquia pretende criar ateliers cerâmicos. Mas este balão de oxigénio só aguentou a empresa por mais sete meses.

Jorge Serrano diz que só falta receber 200 mil euros por aquela venda, mas que estes já têm destino para pagar dívidas à Segurança Social e a outros credores. O empresário diz que não há muito mais a fazer, tendo em conta que vivia apenas de um cliente americano e de outro alemão, para os quais já não há encomendas.

Em Junho, a crise que abala a indústria atingiu a Secla, a maior cerâmica da região, que fechou as portas, mandando para o desemprego 260 trabalhadores.

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