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Ex-Porta-voz da Casa Branca acusa Bush de o obrigar a mentir

Scott McClellan
Scott McClellan revelou que Bush o obrigou a mentir em público para ilibar cinco figuras da administração americana no caso da exposição da identidade da agente da CIA Valerie Plame. Num livro agora publicado, McClellan acusa Bush, Cheney e outros, de terem exposto - o que é ilegal - a identidade da referida agente, como retaliação pelo facto do seu marido, depois de uma investigação em África sobre venda de Urânio ao Iraque, ter afirmado que não havia indícios de que que Saddam possuisse armas de destruição massiva.  

"O dirigente mais poderoso do Mundo pediu-me que falasse em seu nome e ajudasse a restaurar a credibilidade que tinha perdido pelo fiasco das armas de destruição massiva no Iraque. Por isso, passei duas semanas na sala de imprensa da Casa Branca a ilibar publicamente dois dos assessores mais influentes: Karl Rove e Scooter Libby. Mas havia um problema. Não era verdade. Passei informação falsa sem sabê-lo. Cinco dos mais altos funcionários da Casa Branca estavam implicados: Rove, Libby, o vicepresidente [Cheeney], o chefe de gabinete do presidente [Andrew Card] e o próprio Presidente"

Estas são as linhas que estão a ressuscitar este caso nos EUA. Em 2003, Joseph Wilson foi ao Níger investigar uma alegada venda de Urânio a Saddam Hussein. Mas este negócio não se confirmou, e isso mesmo foi publicado por Wilson. A administração Bush não terá gostado, dado que a existência de armas de destruição massiva no Iraque constituam o pretexto perfeito para a guerra. Como retaliação a Wilson, o nome da sua mulher, que era agente-secreta da CIA, foi revelado publicamente, um acto absolutamente ilegal. Perante o rumor de que Libby e Karl Rove estavam envolvidos na revelação da indentidade da ex-agente, Bush pediu a McClellan que interviesse em público em favor dos seus dois companheiros:

"São boa gente, são membros importantes da equipa da Casa Branca, e é por isso que falei com eles, para poder vir aqui dizer-vos que não têm nada a ver com este caso", referiu na altura McClellan.

Só uma pessoa foi condenada neste caso: Scooter Libby, chefe de gabinete de Cheeney. Foi considerado culpado de perjúrio e obstrução à justiça, com uma pena de dois anos e meio de prisão e uma avultada multa. Poucas semanas depois, Bush indultou-o parcialmente.

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