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EUA falham objectivos da nova estratégia para o Iraque

iraqueOs Estados Unidos falharam em treze dos dezoito objectivos políticos e militares da nova estratégia de Bush para o Iraque, aponta o relatório da Comissão de investigação independente da Câmara dos Representantes norte-americana. A Casa Branca tinha anunciado o seu optimismo em Junho com os progressos para alcançar estes objectivos, mas este relatório dos congressistas, do qual depende em larga medida o financiamento da guerra e da ocupação, vem estragar os planos a Bush e ao Pentágono. A notícia surge no mesmo dia do desmentido oficial em relação ao rumor de que o exército britânico está a trocar a libertação de milicianos fiéis a Moqtada al-Sadr por uma trégua que permita a Londres uma retirada tranquila de Bassorá.

Uma fuga de informação no Congresso norte-americano revelou o rascunho do relatório, que será tornado público na próxima semana, sobre o desempenho da estratégia que Bush implementou este ano, aumentando a presença de tropas no Iraque com mais 30 mil soldados. O relatório aponta as falhas nos objectivos traçados pelo Pentágono e pela Casa Branca, e faz várias recomendações sobre o que está a correr mal. Uma delas é a necessidade de refazer toda a estrutura da polícia iraquiana, marcada pela corrupção e por cumplicidade com o aumento da violência sectária.

Esta conclusão da comissão liderada pelo ex-chefe militar norte-americano na Europa, o general James Jones, não agradou ao secretário de defesa Robert Gates, cujo gabinete fez anunciar que não ia "desistir da polícia nacional iraquiana". As críticas do relatório ao governo iraquiano liderado por Nuri al-Maliki também não foram do agrado da Casa Branca. Por sua vez, o Pentágono tenta ainda convencer a Comissão a rever algumas das avaliações negativas, de forma a torná-las objectivos cumpridos em vez de falhados, na linha da avaliação produzida pelos comandantes militares em Junho, marcada pelo optimismo. Mas o líder da maioria democrata no Senado norte-americano, Harry Reid, já veio afirmar a esperança em que este relatório mostre que a urgência de seguir um novo rumo na política para o Iraque, "antes que se percam mais vidas americanas e que se desperdicem mais dólares dos contribuintes".

Quem prepara já a retirada das tropas do sul do Iraque é o governo de Gordon Brown. A notícia de que a Inglaterra tinha entregue 26 prisioneiros à polícia iraquiana, que depois terá libertado alguns deles, em troca da promessa de trégua durante a retirada, já foi desmentida pelo ministério da defesa. Segundo um dos presos que contactou um advogado inglês, seis dos prisioneiros libertados nas últimas semanas estavam classificados com terroristas de grau A, supostamente os mais perigosos.

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