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EUA condenam fraudes nas eleições afegãs

Aldeões afegãos. Foto de afghan lord, FlickRA Casa Branca condenou as fraudes nas eleições afegãs de dia 20. "É importante que o resultado das eleições reflicta a vontade do povo afegão", afirmou Michael Hammer, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. A declaração foi feita depois de surgirem notícias sobre um encontro entre o presidente afegão, Hamid Karzai, e o enviado dos EUA para a região, Richard Holbrooke que foi "explosivo", segundo a BBC.

De acordo com o relato da BBC, Holbrooke manifestou preocupação sobre as alegações de fraude e de compra de votos e terá sugerido a realização de um segundo turno das eleições, para dar mais credibilidade ao processo eleitoral. O encontro entre o enviado americano e Karzai realizou-se em 21 de Agosto, um dia após as eleições e foi descrito como um "dramático rompimento". A agência AFP, que falou com um responsável americano, diz que a reunião foi "musculada".

Karzai terá reagido com irritação e terminou o encontro logo em seguida.

"Continuaremos a apoiar as autoridades afegãs na sua aplicação de medidas anti-fraude, que devem permitir preservar a integridade do processo eleitoral e assegurar que os resultados são credíveis", disse também Michael Hammer.

Já foram apresentadas 790 queixas às autoridades, muitas dos rivais de Karzai, nomeadamente de Abdullah Abdullah, que os resultados iniciais apontam como o segundo candidato mais votado. Mas também de Ashraf Ghani, antigo ministro das Finanças, que trabalhou durante uma década no Banco Mundial.

As acusações de fraude começaram antes da ida às urnas, com descrições de compra de votos e intimidações. Depois vieram os relatos de milhares de boletins a serem colocados dentro das urnas.

Segundo o candidato Abdullah Abdullah, os relatórios iniciais sobre as eleições são alarmantes, podendo ter existido "milhares de violações à lei eleitoral em todo o país", sendo estas mais relevantes nas províncias de Kandahar e Ghazni, no Sul do país. Abdullah afirmou que as fraudes põem em causa a legitimidade do escrutínio.

No próprio dia 20, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apressara-se a dizer que as eleições afegãs pareciam ter sido um sucesso, mesmo com o que ele chamou de esforços dos Taliban para impedir a disputa.

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