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Esquerda "abertzale" será afastada das eleições bascas

A plataforma D3M entrará na lista de organizações políticas ilegalizadas no País BascoO governo espanhol quer impedir a participação nas eleições autonómicas de 1 de Março dos partidos Askatasuna e D3M, que define como "sucessores" do ilegalizado Batasuna e portanto ilegais face à lei dos partidos em vigor. O anúncio de Madrid surgiu no dia em que a ETA divulgou o comunicado em que faz o balanço da sua trajectória em 50 anos.

 

A firmeza do governo de Zapatero em afastar a Askatasuna e a D3M (Democracia 3 Milhões) dos boletins de voto faz antever para estas formações o mesmo destino que já tiveram a Batasuna, Herri Batasuna, Euskal Herritarrok, PCTV e ANV. A lei em vigor limita a acção política dos membros que tenham estado ligados a estes partidos ou que tenham sido acusados de pertencer à ETA.

O braço de ferro entre os governos do PP e do PSOE e a esquerda "abertzale" independentista mantém-se desde 2002, quando os dois maiores partidos espanhóis acordaram uma lei feita à medida para ilegalizar o Batasuna, organização que sempre se recusou a condenar os atentados da ETA. O silêncio deste partido passou a corresponder na lei a um "apoio tácito ao terrorismo", um dos motivos invocados para a sua proibição. Outras formações políticas promovidas por essa corrente foram fundadas e ilegalizadas posteriormente.

Mas a mesma proibição também atingiu outros partidos com dirigentes sem ligação conhecida aos meios próximos do Batasuna. Em 2005, a ilegalização da candidatura Aukera Guztiak levantou polémica na campanha eleitoral por ter resultado da presença de assinaturas de cidadãos referenciados como membros do antigo Batasuna entre as milhares de assinaturas que foram entregues para legalizar a candidatura. Em resultado da sua ilegalização, o então desconhecido Partido Comunista das Terras Bascas (PCTV) obteve 9 deputados, antes de ser ele próprio dissolvido por ir contra a lei PP/PSOE dos partidos.

O anúncio agora feito pela vicepresidente do governo Teresa de la Vega coincidiu com a passagem dos 50 anos do nascimento da ETA. No comunicado, o grupo armado não mostra sinais de que pretenda abdicar da estratégia de bombas e assassinatos que lhe valeram o isolamento político nas últimas décadas. A ETA congratula-se por nos últimos 20 anos a Europa ter visto ou preparar-se para ver nascer novos estados como a "Irlanda, Eslovénia, Croacia, Lituania ou a própria Escócia", não referindo o Kosovo. Diz que o momento é de "unir forças" e reafirma a sua "invencibilidade" em 50 anos de história. Em reacção, partidos como o PSE, EA, Aralar e EB voltaram a lembrar que "a grande maioria da sociedade basca pede à ETA que cesse a sua actividade" e que "os meios que utiliza para conseguir os seus fins são inúteis, sem sentido e sem razão".

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