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Encerramento da Marcha: "A nossa diferença com Sócrates são as políticas sociais"

Chegada da Marcha Contra a Precariedade ao centro da cidade de Braga. Foto de Ana CandeiasA Marcha contra a Precariedade terminou no centro de Braga, com um comício/festa que juntou centenas de pessoas. Francisco Louçã definiu as políticas sociais como ponto de diferença do Bloco com as políticas do governo e respondeu aos ataques que os oradores da rentrée do PS em Guimarães fizeram à esquerda. No fim, deixou no ar a pergunta sobre qual será a razão para Sócrates ter passado a entrar nos comícios ao som do tema de abertura da série de tv norte-americana "Os Homens do Presidente". Veja o vídeo do comício.

 

"Eles lá sabem porque escolheram esta música", disse Louçã, antes de responder aos três oradores do comício do PS em Guimarães: Carlos César "que gasta mais dinheiro na campanha para as regionais do próximo mês do que Alberto João Jardim alguma vez gastou em campanhas na Madeira"; Maria de Lurdes Rodrigues, "a ministra mais parecida com Manuela Ferreira Leite"; e José Sócrates, que acusa o Bloco de não apoiar as suas políticas sociais. "Sempre que o governo atacar os direitos sociais, é claro que nós não o apoiamos. E combatemo-lo para vencer, porque é a defesa de políticas sociais que nos diferencia dele", concluiu o dirigente bloquista.

"É verdade que Sócrates também quis atacar a direita por querer entregar as reformas dos trabalhadores ao casino da bolsa. Mas neste caso ele ataca uma solução péssima em nome de uma solução má", a reforma da segurança social que "traz pensões mais baixas e abre a porta aos negócios para aumentar as fortunas dos privados".

"Esta Marcha contra a Precariedade provou que só o Bloco pode fazer esta política olhos nos olhos, ir para as ruas e ouvir as pessoas, os seus problemas. Imaginem só José Sócrates a andar pelas ruas do país sem um exército de assessores para o proteger das perguntas que doem. Não o faz porque as pessoas não toleram mais esta política", afirmou Francisco Louçã.

Largas centenas de pessoas assistiram ao comício de encerramento da Marcha Contra a Precariedade, em Braga. Foto de Ana Candeias

As críticas à passagem de José Sócrates pelo distrito que mais tem sofrido com o desemprego e a desigualdade também constaram das restantes intervenções do comício. "O primeiro-ministro acusou a esquerda de ser imobilista. Mas Sócrates é que é o imobilista-mor, ao propor a continuidade destas políticas conservadoras, que promovem o desemprego, os ataques aos direitos sociais e a pobreza", afirmou Pedro Soares, o coordenador autárquico do Bloco de Esquerda. Também José Maria Cardoso, da distrital bloquista, deu as boas-vindas à Marcha num distrito que "é o mais jovem do país, pelo que estas políticas estão a perpetuar a precariedade". A solidariedade com empresas em luta contra os despedimentos e salários em atraso ficou também demonstrada na intervenção que abriu o comício, após o concerto dos Oioai.

O último dia da Marcha arrancou em Guimarães, com um comício onde foi apresentado o guia do trabalhador-estudante que o Bloco de Esquerda editou para esta iniciativa. Adriano Campos reafirmou a necessidade de combater os ataques aos direitos de quem trabalha e quer avançar na sua formação.

No dia anterior (sábado) a Marcha tinha estado em Aveiro, tendo começado o seu percurso pelo norte do país na sexta feira, no Porto.

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