Eduardo Prado Coelho, um dos últimos generalistas

26 de August 2007 - 2:29
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epc.jpgO funeral de Eduardo Prado Coelho é hoje às 11h no Cemitério dos Prazeres. O professor, ensaísta e escritor morreu ontem de manhã, aos 63 anos. Crítico literário e polemista, envolvia-se de forma activa nos debates culturais e políticos. "Possuidor de uma vastíssima cultura geral e irrequieto leitor dos 'sinais dos tempos', era um dos 'grandes generalistas' que este país ainda tinha", diz Miguel Portas no seu blogue .

Nasceu em Lisboa, a 29 de Março de 1944, e seguiu os caminhos do pai, o catedrático Jacinto do Prado Coelho, licenciando-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1983 doutorou-se na mesma escola, onde já era assistente, com uma tese sobre A Noção de Paradigma nos Estudos Literários.

Em 1984 foi para a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde chegou a professor associado no Departamento de Ciências da Comunicação. Antes passou pelo Departamento de Estudos Ibéricos da Sorbonne, para onde foi ensinar em 1988.

Deixa uma vasta bibliografia universitária e ensaística. As suas crónicas no jornal Público mereceram, em 2004, o Grande Prémio de Crónica João Carreira Bom, estando muitas delas reunidas em Crónicas no Fio do Horizonte, das Edições Asa

À semelhança do que já acontecera em outras ocasiões, tinha aceitado participar na iniciativa Socialismo 2007, do Bloco de Esquerda, onde iria falar sobre a cineasta Marguerite Duras. O Bloco enviou uma nota à imprensa manifestando «profunda consternação» com a morte de Eduardo Prado Coelho, um «respeitado académico, intelectual empenhado e colunista que marcou a opinião em Portugal», acrecentando que manteve com Prado Coelho uma «relação de franco debate, de mútuo respeito, convergência e saudável divergência». O Bloco de Esquerda enviou as suas «sentidas condolências» à família e amigos do professor e ensaísta.