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Discriminação na doação de sangue: Bloco estranha silêncio da Ministra
Em resposta a um requerimento do Bloco de Esquerda, o gabinete da Ministra da Saúde disse que os homossexuais masculinos não podem doar sangue devido a uma norma europeia. Mas a Comissária Europeia da Saúde veio desmentir a existência de qualquer directiva nesse sentido, confirmando a justeza dos protestos de várias associações. Em pergunta enviada pelo deputado João Semedo, o Bloco quer saber por que motivo a ministra continua calada.
Na pergunta enviada ao Ministério da Saúde, Semedo apoia-se nas posições assumidas pelo Coordenador para a infecção VIH/SIDA, de antigos responsáveis por este organismo, do bastonário da Ordem dos Médicos e da Comissária Europeia da Saúde, "todas recusando a exclusão liminar, taxativa e generalizada de homossexuais relativamente à dádiva de sangue, em vigor e imposta pelo Instituto Português de Sangue".
Semedo considera "estranho" o silêncio da Ministra da Saúde, que parece "admitir que subscreve a posição divulgada pelo seu gabinete e a orientação discriminatória e homofóbica do presidente do Instituto Português do Sangue". Uma situação "que não é compatível com o seu estatuto de responsável máxima pela pasta da Saúde e com os conhecimentos técnicos e científicos que decorrem da sua actividade profissional como médica."
No requerimento, Semedo questiona também a Ministra "se vai manter em funções o actual presidente do IPS, apesar da sua continuada prática discriminatória e homofóbica e da ignorância técnico-científica revelada".
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