You are here

Crise no maior banco privado português

jardimgoncalvesO presidente do Conselho Geral e de Supervisão do BCP e fundador do banco, Jardim Gonçalves, foi obrigado a retirar da Assembleia Geral a proposta que previa o seu próprio reforço de poderes e o aumento das defesas da instituição contra possíveis ataques hostis. A retirada foi decidida porque simplesmente seria derrotada na AG.

O ponto retirado vinha dividindo, nos últimos dias, os investidores. Accionistas como João Rendeiro, do Banco Privado Português, os empresários Joe Berardo e João Pereira Coutinho anunciaram publicamente a sua oposição às pretensões de Jardim. À saída da Assembleia Geral, Berardo mostrou-se triunfante e disse que o fundador do BCP já se devia ter reformado, reafirmando a sua confiança na liderança de Paulo Teixeira Pinto. Depois do fracasso da OPA do BCP sobre o BPI, começaram a surgir indícios de divergências entre Jardim Gonçalves e o presidente do Conselho de Administração, Paulo Teixeira Pinto

Na assembleia estava representado quase 64% do capital. A retirada da proposta de alteração de estatutos evitou que fosse à votação o aumento de poderes do Conselho Geral e de Supervisão, que passaria a nomear o conselho de administração do banco (actualmente presidido por Paulo Teixeira Pinto), passando esta decisão ao lado da assembleia de accionistas. Se fosse em frente, a proposta não teria quase certamente votos suficientes para ser aprovada. Bastariam os votos contra de 21,7% do capital para chumbar as propostas feitas por Jardim Gonçalves.

Por outro lado, ficou também posta de lado a proposta de reforço da blindagem do banco, de 66 por cento para 75 por cento do capital, que constava do mesmo ponto da ordem de trabalhos.

Um comunicado do BCP emitido hoje afirma que "O conselho geral e de supervisão decidiu, com vista a evitar o clima de cansaço decorrente do prolongamento dos trabalhos, retirar o referido ponto, para discussão em posterior assembleia-geral".

 "Foi entretanto sugerido", prossegue o comunicado, "que o conselho geral e de supervisão ponderasse (...) a convocação de nova assembleia-geral para discussão da proposta contida no ponto oito da ordem de trabalhos, que se antevia particularmente demorada".

Termos relacionados Sociedade