Celeste Cardoso. a ex-directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, está revoltada com o "chorrilho de mentiras", diz que o ministro "ou mentiu ou foi mal informado por alguém" e reafirma que: "Logo que soube da existência do cartaz no Centro de Saúde, ordenei a sua retirada imediata". O autor do cartaz, médico e vereador da CDU em Guimarães, corrobora a afirmação da ex-directora.
O jornal Expresso deste Sábado dá conta de que três deputados, "históricos" do PS, criticam Correia de Campos. Mário Soares afirmou à TSF que a polémica podia ser evitada: "São coisas desagradáveis porque fazem mossa no Governo e são fáceis de contestar. E acho que devia ter sido evitado, porque há certas coisas que não se devem fazer e em vez de disciplinar, indisciplinam", afirmou.
Segundo o despacho de Correia de Campos, a ex-directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho foi demitida "por não ter tomado medidas relativas à afixação, nas instalações daquele Centro de Saúde, de um cartaz que utilizava declarações do Ministro da Saúde em termos jocosos, procurando atingi-lo". O cartaz era uma fotocópia ampliada de uma entrevista em que Correia de Campos dizia que nunca foi nem irá aos Serviços de Atendimento Permanente (SAP), a que o médico Salgado Almeida, vereador da CDU em Guimarães, acrescentou: "Façam como o ministro e vão às urgências a Braga". O cartaz foi colocado há cerca de um ano no horário nocturno.
A ex-directora só soube do cartaz, quando tomou conhecimento da queixa de um assessor do anterior presidente da Câmara, actualmente conhecido em Vieira do Minho como "o bufo", e segundo ela, mandou de imediato retirar o cartaz, o que é corroborado pelo autor do cartaz.
O ministro, que nomeou para director do Centro de Saúde um vereador da Câmara de Ponte da Barca eleito pelo Partido Socialista, diz agora que a ex-directora foi demitida por incompetência. Em Janeiro passado, Correia de Campos tinha afirmado ao jornal Sol: “A senhora usou o centro de saúde para fazer política”.
Ao jornal Expresso os deputados socialistas Arons de Carvalho, Manuel Alegre e Vítor Ramalho criticaram a decisão do ministro. Vítor Ramalho afirma que esta é uma "situação desagradável e gratuita", acrescentando que "o PS é e sempre foi um partido de liberdade".