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Contestação à política educativa levou três mil professores à rua em Aveiro

Manif nocturna juntou 3000 em Aveiro. Foto Nelson Peralta

Na noite de quinta-feira, o protesto dos professores saiu à rua com archotes e velas, vestido com roupa escura e em silêncio. "Os professores não aguentam mais" foi uma das frases ouvidas nesta manifestação. À mesma hora, Portalegre acolhia a maior manifestação de sempre dos professores na capital de distrito. Esta sexta à noite, o protesto segue em Braga e Torres Vedras.

"Esta é a maior concentração de professores alguma vez vista em Portalegre", garantiu à agência Lusa Joaquim Páscoa, presidente do Sindicato de Professores da Zona Sul (SPZS), ao ver os mais de 300 professores que compareceram ao protesto.

Em Aveiro, eram dez vezes mais, trajados de luto e em silêncio contra o autoritarismo da ministra. "Nós, professores, queremos ser avaliados mas pretendemos que seja uma avaliação justa, transparente e exequível", declarou António Morais, o professor da EBI de Eixo que dinamizou o protesto da semana passada.

Luís Lobo, da Federação Nacional de Professores(FENPROF) acusou o Governo de ter "abandonado no discurso e na prática muitos dos objectivos que anunciou, nomeadamente o de que não iria fazer mais uma reforma educativa". O dirigente sindical diz que "os professores não aguentam mais" e por isso "está a crescer a contestação", sendo a elevada participação na manifestação de hoje "um sinal inequívoco de que estão disponíveis para continuar a lutar".

Esta sexta-feira à noite, o protesto dos professores vai continuar. Está marcada uma concentração em Braga, às 21h30, na Avenida Central e uma vigília em Torres Vedras, às 20h15, nos Paços do Concelho. Nos próximos dias estão previstas outras concentrações em várias capitais de distrito.

A contestação vai culminar no dia 8 de Março em Lisboa, onde se realiza a "Marcha da Indignação", que parte às 15h do Marquês de Pombal para o Rossio, onde se realizará um plenário.

A demissão da ministra é uma reivindicação que ganha terreno nas escolas, mas não desvia as atenções dos sindicatos da linha essencial da contestação às políticas do Ministério. Mário Nogueira, líder da FENPROF, diz uma eventual demissão "não irá resolver os problemas da Educação, porque não fica garantida a alteração do rumo das políticas. A própria equipa ministerial é só por si um dos problemas do sector. Com esta equipa será impossível renegociar o Estatuto da Carreira Docente".

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