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Comboios e Carris em greve dia 27 de Abril

Comboios e Carris em greve dia 27 de AbrilO Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários anunciou uma greve que vai abranger a CP, a CP Carga, a Refer, a EMEF, a Fertagus e os metros do Porto e de Mirandela. A Carris pára no mesmo dia durante 24h.

Os Ferroviários e os trabalhadores da Carris juntam-se então à greve nacional dos transportes, à qual o Sindicato dos Fluviais já tinha anunciado que iria aderir. Este anunciou que os trabalhadores da Soflusa e da Transtejo, empresas que garantem as ligações fluviais entre a margem Sul e Lisboa, vão fazer greves contra a recusa da administração de dar aumentos salariais este ano.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) anunciou então, esta quarta-feira, que vai avançar com uma greve no próximo dia 27 de Abril, abrangendo a CP, a CP Carga, a Refer, a EMEF, a Fertagus e os metros do Porto e de Mirandela. Os pré-avisos de greve serão entregues na próxima sexta feira.

Em declarações à Lusa, José Manuel Oliveira, coordenador do SNTSF, disse que a paralisação tem como objectivo contestar o "congelamento dos salários e as privatizações previstas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC)".

No passado dia 23 de Março, os trabalhadores da CP - Comboios de Portugal, CP Carga, Refer - Rede Ferroviária Nacional e EMEF - Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário fizeram uma greve de contra o congelamento dos salários. A paralisação afectou especialmente as linhas urbanas do Porto, com 59 por cento dos serviços não efectuados entre a Invicta e Aveiro, de acordo com a informação disponibilizada pela CP.

Já os trabalhadores da transportadora rodoviária Carris voltarão a cumprir greve também no próximo dia 27, alegando que a administração “encerrou unilateralmente” as negociações do acordo de empresa e continua a não cumprir os compromissos já definidos no processo.

Segundo um comunicado do Sindicato Nacional de Motoristas, a paralisação vai durar 24 horas, sendo que a greve já cumprida este ano, em Março, decorreu apenas durante quatro horas.

Na origem da decisão voltam a estar, segundo os sindicatos, alegadas “violações” do acordo de empresa firmado em 2009, como o incumprimento das obrigações da empresa em caso de doença, a falta de atribuição de licenças devidas, a falta de instalações sanitárias e a instauração de processos disciplinares injustificados.

O congelamento dos salários em 2011, recomendado pelo Governo ao sector empresarial do Estado, é apontado como justificação para a greve, tanto para os Ferroviários como para os trabalhadores da Carris. “Se noutras empresas do sector empresarial do Estado houve consenso com outras administrações, porque não na Carris? Qual o verdadeiro motivo da intransigência?”, refere o comunicado destes trabalhadores.

Pelo seu lado, o coordenador do SNTSF criticou o facto do congelamento dos salários no sector público proposto pelo Governo "não ter sido prática em todas as empresas públicas", dando como exemplo a TAP e a REN. É de referir também que o PEC prevê a privatização da CP Carga e da EMEF.

“O sindicato tudo fez para que a obtenção de um acordo fosse realidade, mas é necessário que a outra parte assim o queira, o que, manifestamente, não foi o caso”, acrescenta a estrutura sindical da Carris.

As acusações têm sido refutadas pela transportadora da Área Metropolitana de Lisboa, segundo a qual a greve de Março teve uma adesão de oito por cento (os sindicatos apontavam 50 por cento).

A empresa diz também não ter recebido queixas sobre matérias disciplinares e explica que, da sua proposta de aumento zero relativa à tabela salarial e às cláusulas de expressão pecuniária (apresentada nas negociações directas), resulta um aumento da massa salarial global na empresa, em 2010, “não inferior a 0,7 por cento”.

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