O Partido Socialista afastou o cenário de coligação de esquerda nas eleições intercalares de Lisboa, invocando dificuldades processuais e razões políticas. Já o PCP classificou de "manobra demagógica" o apelo a uma convergência de esquerda feito por José Sá Fernandes. Por seu lado, Helena Roseta considerou difícil que ainda possam ser inscritas coligações para concorrer às eleições intercalares, devido aos prazos.
À Agência Lusa, Vitalino Canas, em nome do PS, referiu que nas últimas eleições autárquicas o PS "procurou uma coligação até ao último momento e tal não foi possível", acrescentando que o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, já disse que os comunistas estão indisponíveis para uma grande coligação de esquerda". Vitalino Canas apontou ainda dificuldades processuais: "De acordo com os calendários legais, é duvidoso que ainda possa haver uma coligação pré-eleitoral", disse.
Pelo PCP, Carlos Chaparro, da Direcção da Organização Regional de Lisboa (DORL), acusou a proposta de Sá Fernandes de ser um apelo que "só pode ser entendido como uma manobra completamente demagógica de alguém que tudo procura para ter protagonismo".
Quanto a Helena Roseta, elogiou a atitude de Sá Fernandes, que assinou uma declaração de propositura da sua candidatura. "Eu quero saudar esse gesto, de grande abertura e de grande civismo. Gestos destes são raros em Portugal», declarou a ex-militante socialista à Lusa. Mas Roseta recusou quaisquer "negociações com partidos políticos" antes das eleições em Lisboa e argumentou que "o espaço dos movimentos de cidadãos deve ser autónomo em relação aos partidos políticos".