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Cimeira UE: Princípio de acordo à vista em Bruxelas

Foto Stefan Devries/FlickrA cimeira dos chefes de Estado e de governo dos 27 países da União Europeia decorreu hoje com reuniões bilaterais. A tarefa de avançar com o tratado europeu adivinhava-se difícil, somando a falta de entusiasmo da maior parte dos presentes e as sérias reticências de ingleses e polacos. Mas à custa de várias cedências a ambos os países, Angela Merkel pode anunciar um princípio de acordo e de certa forma salvar uma cimeira que parecia condenada ao fracasso. Por seu lado, Tony Blair, que agora se despede das cimeiras europeias, conseguiu negociar o abandono da ideia de criar dum ministro dos estrangeiros da União.

O governo ainda liderado por Tony Blair rejeitava a criação de um ministro dos estrangeiros para a UE. A iniciativa diplomática de Zapatero junto do primeiro-ministro inglês levou-o a aceitar a criação da figura de "alto-representante", com a garantia de que este não falará pelos países europeus no Conselho de Segurança da ONU. No que respeita à Carta dos Direitos Fundamentais, que Blair não aceitava que vinculasse o seu país, só se aplicará em questões de âmbito comunitário e não se sobreporá à lesgislação interna de cada país.

A questão polaca continua a ser o osso mais duro de roer pelos negociadores nos corredores da cimeira de Bruxelas. As alterações à maioria qualificada na tomada de decisão da UE fariam diminuir o peso dos polacos, que veriam crescer em poder de decisão os vizinhos alemães. Para convencer o presidente polaco Lech Kaczynski, Angela Merkel terá de aceitar o adiamento da entrada em vigor do novo sistema pelo menos até 2014. Em contrapartida, os polacos poderão aproveitar uma prática aceite na UE, em que um conjunto de países que não atingem a fasquia do poder de veto pode conseguir adiar as decisões da UE.

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