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Cimeira do clima marcada por protestos

Manifestantes tentam chegar à cimeira, apesar do bloqueio policial. Foto Klimakampen/FlickrAo saberem da recusa à entrada de observadores de ONG na cimeira, centenas de participantes juntaram-se à manifestações no exterior, apesar da repressão policial.

 

A manifestação desta quarta-feira foi convocada pela Climate Justice Action e tinha como objectivo reunir uma assembleia no Bella Center, onde estão os delegados e observadores da conferência. Mas desde o início a polícia tentou comprometer a iniciativa, prendendo na véspera um dos organizadores. Mesmo assim, e apesar da neve que começou a cair de manhã em Copenhaga, alguns milhares de pessoas participaram na manifestação.

A polícia não deixou o cortejo aproximar-se do Bella Center, tendo prendido 230 pessoas e atacado os manifestantes com bastões e gás lacrimogéneo, para além de fechar todas as ruas e estações de metro próximas do local. "A polícia tentou intrometer-se no nosso caminho toda a semana", disse Peter Nielsen, um dos porta-vozes da iniciativa, aos jornalistas.

Lá dentro, centenas de observadores e delegados receberam com indignação a notícia de que as delegações das prestigiadas ONG's Friends of the Earth e Avaaz tinham sido impedidas de entrar na cimeira. Pela primeira vez na história destas conferências da ONU, houve grandes limitações ao acesso dos observadores. Mas a proibição dirigida a ONG's em concreto revoltou muitos dos presentes, com centenas de pessoas a sair da cimeira e a sentarem-se à entrada, incluindo o eurodeputado francês Jose Bové.

Entre os delegados na Conferência, o impasse dos últimos dias parece não ter evoluído, apesar da saída de cena da presidente Connie Hedegaard, debaixo das críticas dos países africanos devido às negociações paralelas da primeira semana. Porém, a sua substituição pelo primeiro-ministro Rasmussen terá a ver com o maior peso institucional necessário numa altura em começam a chegar os chefes de Estado e de governo de todo o mundo e Hedegaard continuará a negociar à porta fechada.

A primeira tarefa de Rasmussen será acalmar os protestos dos delegados da China, que protestaram em relação ao texto apresentado pela presidência por não ter sido sujeito a consultas. A China alega que o que tinha sido combinado era que a base de discussão seriam relatórios de conclusões elaborados pelos principais grupos de trabalho na Conferência.
 

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