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China: aumentam os protestos contra restrições à natalidade

china1Durante esta semana sucederam-se os protestos na China contra a restritiva política de natalidade que impõe elevadas penalizações às famílias que tenham mais do que um filho, informa a Folha de S.Paulo. Na região de Guangxi Zhuang, os manifestantes forçaram mesmo a entrada no departamento de planeamento familiar, partiram móveis e incendiaram veículos governamentais. Dias antes, conflitos na mesma região provocaram cinco mortos. Muitas autoridades locais são acusadas de forçar abortos e esterilizações.
Centenas de pessoas de dois povoados na região autónoma de Guangxi Zhuang, no sul da China, protestaram anteontem diante do departamento local de planeamento familiar, forçando a entrada no prédio e incendiando alguns veículos governamentais. Segundo um porta-voz do governo local, os manifestantes exigiam o reembolso de parte da multa paga ao governo por terem tido mais de um filho, exibindo um documento que dizia que a taxa cobrada pelo segundo filho havia sido reduzida a 1.000 yuans (cerca 130 dólares). Actualmente, os moradores do povoado são obrigados a pagar ao menos 10 mil yuans (1.300 dólares). O governo afirmou que o documento era falso e que as taxas cobradas são legais.

Estes protestos começaram há cerca de dez dias com uma manifestação que provocou cinco mortos, mas que não foi divulgada pelos meios de comunicação oficiais chineses. A notícia saiu no "South China Morning Post", jornal independente de Hong Kong.

A política do filho único foi adoptada no fim da década de 1970 para conter o crescimento
populacional da China, na época com mil milhões de habitantes (hoje tem mil e trezentos milhões), e tem gerado um grande descontentamento, principalmente nas zonas rurais que dependem dos filhos para a exploração familiar da terra e a assistência na velhice. Apesar de em grande parte destas áreas rurais ser permitido um máximo de dois filhos, tudo depende das decisões das autoridades locais que muitas vezes são acusadas de forçar abortos e esterilizações, além de punir os camponeses que ultrapassam o limite oficial de filhos com multas consideradas "um roubo" tendo em conta os rendimentos médios dos camponeses.

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