Há
cem mil pessoas à espera de consulta de oftalmologia nos
hospitais públicos. Oftalmologia é a especialidade com
mais doentes à espera.
Ontem,
a oposição acusou o ministro da Saúde de ter
ocultado a lista de espera das consultas externas. O BE requereu a
ida do ministro ao Parlamento e exigiu ao Governo que regulamente com
urgência a Carta dos Direitos de Acesso dos utentes, que obriga
o ministério a definir prazos máximos para as consultas
de diversas especialidades.
Na
lista de espera de uma primeira consulta de especialidade num
hospital público, divulgada quinta feira pela TVI e que
noticiámos em esquerda.net,
existem 97 847 pessoas à espera de uma consulta de
oftalmologia. Outras especialidades têm também graves
problemas. Há 45 mil pessoas à espera de consulta de
otorrinolaringologia, quase 37 mil na dermatologia, 31,6 mil em
cirurgia geral e 30 mil em ortopedia.
Toda
a oposição criticou o ministro pela situação
e por ter ocultado durante um ano este relatório. O Bloco de
Esquerda considerou que “os números agora conhecidos vêm
provar que a política de encerramento e concentração
de serviços, bem como a negligência a que o Governo tem
votado as unidades de cuidados primários de saúde, tem
consequências negativas na qualidade dos serviços
prestados e dificulta o acesso aos cuidados de saúde” e
requereu a ida urgente do Ministro da Saúde, Correia de
Campos, ao Parlamento para prestar esclarecimentos.
O
BE considerou também que o governo deve regulamentar com
urgência a Carta dos Direitos de Acesso dos Utentes, proposta
pelo Bloco e aprovada por unanimidade na AR, que obriga o Ministério
da Saúde a definir prazos máximos para as consultas de
diversas especialidades.
A
secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Carmen
Pgnatelli, nega a acusação de toda a oposição,
diz que o ministério não divulgou o relatório
porque desconfia dos números e considera que o ministro não
deve ir ao Parlamento com urgência.
