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Caso "Portucale": Três funcionários do CDS passam a arguidos

CDS e GES debaixo da mira da PJA investigação policial às suspeitas de financiamento oculto do BES ao CDS, supostamente em troca de um despacho assinado por dois ministros do partido de Paulo Portas a conferir utilidade pública do empreendimento Portucale, teve esta semana novos desenvolvimentos. Três funcionários administrativos do CDS passaram de testemunhas a arguidos, por suspeitas de terem ajudado a preencher quatro mil recibos de donativos fictícios para justificar os depósitos num total de um milhão de euros.
O Jornal de Notícias dá conta das divergências entre a Judiciária e o Ministério Público nesta diligência. Aparentemente, a PJ defendia que fossem constituídos arguidos os ex-ministros Nobre Guedes e Telmo Correia, actualmente em campanha eleitoral pelo CDS nas autárquicas intercalares de Lisboa. Também o ex-ministro Costa Neves, titular da pasta da Agricultura do governo Santana/Portas, deu a sua assinatura ao despacho e autorizou o Grupo Espírito Santo a abater 2605 sobreiros na propriedade em Benavente, uma razão suficiente, no entender dos investigadores da PJ, para ser também constituído arguido neste processo.

O actual secretário-geral do CDS, João Almeida, reagiu à notícia afirmando que a constituição de novos arguidos não traz "nenhuma preocupação nova" e que o partido sempre agiu "no quadro da lei que vigorava". A investigação ao financiamento ilícito ao CDS a propósito do negócio Portucale já tem dois anos e voltou recentemente à ribalta, ao ser tornado público que os depósitos de 2004 teriam sido justificados com recibos impressos na tipografia apenas em 2005, nos quais figuravam milhares de nomes sem identificação dos números fiscais, sobressaindo aos olhos da investigação o suposto doador Jacinto Leite Capelo Rego, um nome clássico do anedotário português.

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