O presidente da Câmara de Lisboa foi entrevistado ontem à noite na RTP e procurou desvalorizar a crise que abala o seu executivo e que já levou à suspensão de mandatos do seu vice-presidente e da sua ex-chefe de gabinete, agora vereadora do urbanismo. Carmona recusa aceitar o cenário de eleições intercalares e reafirmou o desejo de cumprir o mandato até 2009, aproveitando para anunciar a sua pré-candidatura ao cargo nessas eleições. Para José Sá Fernandes, o vereador independente eleito pelo Bloco, não restam dúvidas que "Carmona Rodrigues é uma pessoa que está muito agarrada ao poder".
A entrevista incidiu também sobre o facto do presidente da CML ter ocultado aos vereadores a situação de Fontão de Carvalho com a justiça. Carmona disse apenas que quando soube que o seu braço-direito era arguido não deu "importância de maior a isso".
Em declarações à Agência Lusa, José Sá Fernandes considerou que dada a falta de credibilidade motivada pela multiplicação dos casos sob suspeita e investigação, «o melhor era acabar com este executivo e dar voz aos cidadãos».
Numa sondagem publicada pela Antena 1, JN e RTP, as opiniões dividem-se quanto ao fim antecipado do mandato de Carmona: 41% defendem eleições intercalares e 44% desejam que o mandato seja cumprido até ao fim. Já quanto à avaliação do trabalho da Câmara, as opiniões são mais claras: apenas 15% acham que a situação da capital melhorou com este executivo, contra 39% a afirmarem que piorou e 45% a não verem diferenças entre os últimos dois anos e o anterior mandato de Santana e Carmona.
Sobre prováveis candidatos a eleições intercalares, a grande maioria dos inquiridos prefere esperar pela clarificação do cenário político, não apoiando nenhum dos nomes indicados pela agência de sondagens como possíveis apostas dos maiores partidos para a gestão da capital.