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Bush não consegue encontrar um “czar da guerra”

bush_warO presidente dos EUA, George W. Bush, está a ter dificuldades para encontrar um "czar da guerra", um novo cargo que vai supervisionar os esforços de todo o governo na campanha do Iraque.
Republicanos descontentes com a condução da Guerra do Iraque questionam publicamente os motivos para a criação desse posto.

Por Edward Luce, do Financial Times, 9/5/2007

O governo Bush tem experimentado dificuldades para preencher uma série de cargos de alto escalão que estão a ficar vagos. Só nos últimos dez dias, Bush perdeu quatro altos funcionários, e mais demissões estão por vir.

Entre as perdas mais recentes estão a de J. D. Crouch, vice-director do Conselho de Segurança Nacional, que alegou querer passar mais tempo com a família, e Randall Tobias, que renunciou à chefia da Agência para o Desenvolvimento Internacional, vinculada ao Departamento de Estado, por terem sido descobertos telefonemas seus para um serviço de garotas de programa.

Bush perdeu ainda a colaboração de Dina Habib Powell, a mais graduada árabe-americana do governo, que vai agora trabalhar para a iniciativa privada, e de Timothy Adams, o número três na hierarquia do Tesouro Nacional.

Funcionários do governo afirmam que a debandada não é incomum num segundo mandato e negam que haja um motivo único para as demissões. No entanto, elas ocorrem justamente quando o presidente está a ter dificuldades para encontrar um "czar da guerra", um novo cargo que supervisionaria os esforços de todo o governo na campanha no Iraque.

Republicanos aliados do presidente, cujo descontentamento com a condução da Guerra do Iraque e os seus resultados tem crescido, questionaram publicamente os motivos para a criação desse posto.

"O presidente é o manda-chuva, ele anuncia as políticas [para o Iraque] e elas têm de ser aplicadas", disse John Bolton, ex-embaixador dos EUA na ONU, que teve de renunciar por não ter a sua indicação aprovada pelo novo Congresso, de maioria democrata. "O sistema de política interdepartamental ruiu", completou.

Segundo David Frum, um dos ex-assessores de Bush encarregado de escrever seus discursos, a principal preocupação do presidente é que a condução da política para o Iraque caia cada vez mais nas mãos de um Congresso oposicionista e rebelde e dos generais no fronte.

"O grande problema é que o governo Bush está perdendo a capacidade de controlar a política para o Iraque", afirmou.

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