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Bulgária: professores em greve há seis semanas

Professores em manifestação na BulgáriaOs professores búlgaros estão em greve desde o dia 24 de Setembro, exigindo aumentos de salários e que o orçamento da educação seja de 5% do produto nacional bruto. Na passada segunda feira, os professores rejeitaram um acordo, proposto pelo governo, de aumento de 48%, a começar gradualmente a 1 de Novembro e a concretizar-se até Julho de 2008.

Segunda a agência IPS, dezenas de milhares de professores búlgaros começaram a greve a 24 de Setembro, uma semana depois do início do ano lectivo, mais de 60% paralisaram. Na Bulgária, os professores costumam encetar lutas a seguir à abertura do ano lectivo e antes da aprovação do orçamento de Estado no parlamento. A luta este ano assumiu num entanto uma magnitude sem precedentes.

Os professores reivindicaram a duplicação dos seus salários e que o orçamento da educação seja equivalente a 5% do produto nacional bruto (PNB).

Yanka Takeva, a líder do principal sindicato dos professores búlgaros (existem três sindicatos), disse à IPS que um professor na Bulgária ganha 340,78 levs (cerca 189 euros) mensais, o que considera "humilhante". O aluguer, incluindo as despesas de manutenção, de um apartamento de duas salas em Sófia, capital da Bulgária, custa cerca de 200 euros.

O salário mais alto de um professor é inferior ao PNB per capita da Bulgária, que é equivalente a cerca de um terço da média da União Europeia.

Além dos baixos salários, os professores criticam também a baixa no orçamento para a educação desde o início dos anos 90, nomeadamente a falta de investimento no equipamento e manutenção.

No dia 18 de Outubro mais de 50 000 professores manifestaram-se em Sófia. Noutras cidades do país realizaram-se também manifestações, alguns professores bloquearam estradas e muitos fizeram greve da fome.

Uma professora de inglês disse à IPS que nos anos anteriores os sindicatos discutiam entre si e as pessoas dividiam-se, uns queriam lutar outros não, mas que "este ano foi diferente".

As conversações entre sindicatos e governo prosseguem e a luta pode terminar no início da próxima semana. Segundo a mesma professora referiu à IPS "as pessoas estão a ficar cansadas, as crianças terão um trabalho duro para recuperar o tempo perdido".

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